São Paulo, sábado, 27 de abril de 1996
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Balanço do IRB não prevê perdas com o Econômico

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A diretoria do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) aprovou, no dia 16, o balanço de 95 com lucro de R$ 87,25 milhões, sem provisão para possível perda, total ou parcial, da aplicação de R$ 98,89 milhões (valor de 31/12/95) que a empresa tinha no Econômico.
No dia seguinte, o BC divulgou nota informando que o Excel estava assumindo passivos e ativos do Econômico, com exceções que incluíam as aplicação do IRB.
O IRB tem 50% de capital público e 50% pertencente ao mercado segurador privado. Só o setor público tem poder decisório.
O IRB absorve os seguros feitos pelas seguradoras que excedam os limites que elas podem absorver. Esse limite é ditado pelo patrimônio de cada seguradora.
Se tivesse sido feita uma provisão integral das aplicações, o lucro se reverteria em prejuízo de R$ 11,64 milhões. O patrimônio líquido da empresa, que fechou em R$ 488,45 milhões, também seria reduzido. O balanço foi aprovado, mas ainda não foi divulgado publicamente.
Na avaliação de um contador ouvido pela Folha, a decisão da diretoria do IRB é polêmica. Ela acha que, mesmo sendo o balanço de um exercício anterior, os rumos das negociações entre o Excel e o BC justificavam, ao menos, um aprovisionamento parcial.
O presidente do IRB, Demóstenes Madureira de Pinho, disse à Folha que o balanço foi fechado sem o aprovisionamento porque se refere a 95, e as aplicações só venceriam neste ano, sendo uma pequena parte em março (R$ 10 milhões), e o restante, em agosto.

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