São Paulo, sábado, 27 de abril de 1996 |
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Associação de pais dá apoio a colégio
MALU GASPAR
Para a APM, além de agir corretamente, o colégio "teve especial consideração com o aluno, uma vez que lhe permitiu permanecer até o fim do bimestre". S.A.R. foi "transferido compulsoriamente" do Cervantes por jogar uma cadeira pela janela de uma sala de aula no 2º andar. Antes de expulsá-lo, o colégio suspendeu o aluno por três dias. A administração do Miguel de Cervantes é dividida entre o governo espanhol e representantes do Brasil. Os pais de S., Pablo e Maria Lúcia Roig, recorreram à embaixada da Espanha e à 14ª Delegacia de Ensino para que ele fosse aceito de volta, o que não aconteceu. Segundo o embaixador da Espanha, Carlos Blasco, S. já havia recebido nove advertências antes de ser expulso. Para os Roig, o colégio foi injusto, porque o menino estudou nove anos no Cervantes, e suas advertências foram "sobre coisas corriqueiras". Na nota divulgada ontem, a APM considera que as "advertências se referem a ocorrências importantes." A nota diz ainda que, quando matriculam seus filhos, os pais assinam o código de conduta. Os pais de S.A.R. disseram que conheciam superficialmente os regulamentos, mas que haviam confiado na escola. "Questionamos a postura (dos pais) de aceitar o estabelecimento de regras sem ter ciência delas", diz a nota da associação. A APM afirma que o Cervantes não vai voltar atrás da decisão. Revisão Os pais afirmam que vão recorrer à Secretaria de Estado da Educação da decisão da Delegacia de Ensino. Eles não querem mais que o filho volte para o colégio, mas sim que seja considerado transferido, e voluntariamente. A coordenadora da Cogesp (coordenadoria de ensino da Grande São Paulo), órgão responsável pela análise de casos como o de S., Sônia Penin, considera difícil que a decisão seja revista. "Só nos cabe analisar se a escola cumpriu ou não o regimento interno, aprovado pela secretaria na fundação da escola. Não discutimos o mérito da questão." Para Nilson Machado, professor da Faculdade de Educação da USP, a expulsão de S.A.R. foi exagerada. "É claro que a falta não devia ser tolerada, mas mesmo que ele tivesse advertências, expulsar é dizer que ele é irrecuperável. Expulsar é desistir de educar." Texto Anterior: Casos semelhantes aguardam decisão Próximo Texto: Professores estaduais iniciam ação "caça-Covas" Índice |
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