São Paulo, sábado, 27 de abril de 1996 |
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Denúncia de assédio afasta coronel da PM
MARCELO GODOY
O coronel nega a acusação, diz que está processando seus "difamadores" e que tudo é uma grande mentira. Após sair da ouvidoria, Hipólito, como é conhecido, foi nomeado comandante da Polícia Florestal. Em seguida, tirou férias (leia texto ao lado). O caso vinha sendo mantido em sigilo pela Polícia Militar desde que o tenente e sua mulher fizeram a denúncia na Corregedoria da PM, em janeiro passado. O coronel Ivan Marques de Almeida, então corregedor, confirmou a existência do "procedimento de apuração" e disse que não "vislumbrou a existência de crime militar, mas de um possível crime comum". Por isso, afirmou, não abriu inquérito sobre o caso. A assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública confirmou ontem que o motivo da saída do coronel Hipólito da ouvidoria foi a acusação de assédio e que seria constrangedor mantê-lo no gabinete do secretário enquanto a denúncia estivesse sendo apurada. Segundo a denúncia do tenente Flávio de Pádua Godoy, Hipólito teria começado a assediar sua mulher, Patrícia, em uma festa no quartel. Enquanto o marido trabalhava como relações-públicas da festa, o coronel a teria abordado. A mulher do tenente teria se recusado, mas, segundo a denúncia, o coronel teria insistido. Ele teria feito novos convites para a mulher. "Chegou a cercar a mulher do tenente na rua", disse o deputado estadual e capitão da reserva da PM Roberval Conte Lopes (PPB). Segundo a denúncia, o coronel teria ido atrás de Patrícia usando um carro da PM e a teria abordado em uma rua próxima do quartel, onde ela estava esperando o marido sair do trabalho. "Ele ataca a mulher do tenente na praça pública com o carro da PM e fardado. Em vez de o coronel dar segurança, ele está atacando a mulher do tenente usando gasolina do Estado", disse o deputado. Após a denúncia, o tenente foi transferido da Secretaria da Segurança Pública, onde trabalhava. Ele foi mandado para o 4º Batalhão da PM, na Lapa (zona oeste), onde também ocupa a função de relações-públicas do batalhão. Ontem, após falar com seu atual comandante, o tenente-coronel Luiz Nakaharada, o tenente disse que fez a denúncia à corregedoria da PM, mas que não queria tratar o assunto fora da corporação. A PM deverá concluir a investigação do caso em 60 dias. Segundo a diretoria de comunicação social da corporação, a investigação deverá ser enviada para a Justiça a fim de que sejam tomadas "as medidas necessárias". Texto Anterior: Passaporte leva dez dias para sair em SP Próximo Texto: "Acusação é mentirosa" Índice |
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