São Paulo, domingo, 5 de maio de 1996 |
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Testemunha apontou trama no massacre RESUMO RUI NOGUEIRA
Em depoimento prestado na sexta-feira, na Polícia Federal, em Brasília, o gerente de uma fazenda da região do conflito disse que o massacre foi tramado por cerca de 20 fazendeiros. Eles teriam arrecadado R$ 85 mil com o objetivo de financiar a operação da PM e a morte de pelo menos dez lideranças dos sem-terra. "É evidente que dá outras luzes e amplia o leque das investigações", disse o ministro da Justiça, Nelson Jobim, sobre o depoimento que a direção da Polícia Federal considerou consistente. As revelações da testemunha, que tem o nome mantido sob sigilo e está sob proteção da PF, obrigaram Jungmann a suspender a compra da fazenda Macaxeira. O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) negociava a área com o fazendeiro Plínio Pinheiro Neto. Neto é um dos donos da Macaxeira e procurador dos demais fazendeiros. Foi a disputa pela fazenda que levou os sem-terra a enfrentar a PM no dia 17 de abril -19 deles morreram. O gerente que depôs na PF acusa Neto de ser um dos fazendeiros que articularam a reunião para juntar o dinheiro e tramar a morte dos líderes de sem-terra. O fazendeiro nega a acusação. O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) apoiou a suspensão da compra da Macaxeira e propôs que o governo confisque as terra do complexo Macaxeira, que somam 42 mil hectares. Sem a definição da compra da fazenda, a primeira semana de Jungmann como homem forte da reforma agrária é um conjunto de promessas. Prometeu avaliar todo mês os 27 superintendentes do Incra, prometeu que não faltará dinheiro para a reforma agrária, prometeu combater a corrupção, prometeu assentar 37 mil famílias do MST acampadas, prometeu estudar a situação dos funcionários do instituto, em greve desde o dia 16 de abril. Texto Anterior: O faz-de-conta e o social Próximo Texto: Ora, o "Manual"... Índice |
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