São Paulo, domingo, 5 de maio de 1996
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'A fraude anda mais rápido'

XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

O relator da Lei Eleitoral em vigor, deputado federal João Almeida (PMDB-BA), disse que a "tecnologia da fraude sempre anda mais rápido do que as formas preventivas da legislação".
Para o deputado, a lei atual é a mais rigorosa e completa que já se fez no país. A troca do bônus pelo recibo eleitoral, na sua opinião, tem a grande vantagem de economizar o dinheiro público.
O recibo, ao contrário do bônus eleitoral, será impresso pelos próprios partidos e não mais por conta do governo, que imprimia os comprovantes na Casa da Moeda.
Mesma função
Na prática, segundo o deputado, o recibo vai desempenhar o mesmo papel do bônus. Na sua opinião, o bônus foi eficiente na eleição de 1994 -apesar da existência de fraudes naquele ano.
Os recibos vendidos por um preço inferior ao valor nominal podem servir para justificar gastos pessoais de diretores e sócios de uma empresa, funcionando como uma forma dissimulada de distribuição dos lucros da empresa.
O deputado ressalta os benefícios trazidos pela legislação: "Pela primeira vez neste país, foi revelado, pelo menos parcialmente, os financiadores de campanhas eleitoral dos principais candidatos", observa Almeida.
"Existe a chance da fraude com 'caixa-dois"', reconhece Almeida. "Mas quem quer fazer esse tipo de negócio já tem outras maneiras até mais práticas e antigas".
(XS)

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