São Paulo, domingo, 5 de maio de 1996
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CNBB quer que Estado pague professores

LUIS HENRIQUE AMARAL
ENVIADO ESPECIAL A INDAIATUBA (SP)

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) enviou cartas para todos os deputados e senadores do Congresso Nacional pedindo que os professores de ensino religioso das escolas públicas continuem a ser pagos pelos Estados.
Para aumentar o poder de persuasão das cartas, cada bispo colocou sua assinatura naquelas que seriam enviadas para os deputados de sua região.
Os bispos temem que seja aprovado o Projeto de Lei de Diretrizes e Bases da Educação com o acréscimo da expressão "sem ônus para os cofres públicos" ao artigo que estabelece o ensino religioso como "disciplina dos horários normais das escolas públicas".
Hoje, o ensino religioso tem matrícula facultativa para os alunos, mas as escolas são obrigadas a manter o curso.
A decisão de enviar as cartas foi tomada no plenário da 34ª Assembléia Geral da CNBB, que aconteceu entre os dias 17 e 26 de abril em em Indaiatuba (110 km a noroeste de São Paulo).
Transcendente
"Se o ensino religioso é obrigatório nas escolas públicas, alguém deverá ministrá-lo e o Estado não pode se eximir da responsabilidade do ônus", afirma o documento.
Ainda segundo a nota da CNBB, o ensino religioso abre "a pessoa à dimensão do transcendente, é mediação que ajuda a encontrar resposta às questões existenciais e a definir as exigência éticas inerentes ao exercício da cidadania".
"Nós não queremos ensinar para as crianças quem foi Jesus. Isso é feito na igreja. O que queremos é incutir valores morais universais", afirmou Cavallin.
Segundo o presidente da entidade, d. Lucas Moreira Neves, o currículo do curso deve ser preparado por representantes das diversas religiões.

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