São Paulo, domingo, 5 de maio de 1996
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Antologia reúne os trapalhões do crime

MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL

O crime não pensa. Este poderia ser o subtítulo de um saboroso livro recém-lançado nos EUA e que já ocupa as listas de mais vendidos: "America's Dumbest Criminals", ou "Os mais tolos criminosos da América", em português.
O livro conta a história, por exemplo, do traficante que, refinando cocaína em seu pequeno laboratório, se surpreendeu ao ver o pó ganhar um tom avermelhado.
Como nunca tinha visto nada semelhante, mandou a droga para análise... no laboratório da polícia do Estado da Georgia. A droga era de boa qualidade, mas o traficante foi preso, naturalmente.
Ao juiz, disse: "Se a droga fosse de má qualidade, poderia ter feito mal às crianças que a compram".
Os jornalistas e produtores de TV Daniel Butler, Alan Ray e Leland Gregory, autores do livro (editora Rutledge Hill Press, US$ 7,95), asseguram que todas as cem histórias são reais -apenas os nomes foram trocados (veja quadro).
Woody Allen
Em algumas passagens, o livro lembra cenas de "Um Assaltante Bem Trapalhão", um dos primeiros filmes dirigidos por Woody Allen. No filme, Allen é o ladrão que tenta assaltar com um revólver de sabão e, naturalmente, é preso.
Parece piada a história narrada pelo policial da fronteira dos EUA com o México. Sempre que detinha imigrantes ilegais, o policial enfrentava o mesmo problema: os presos diziam que não sabiam falar inglês.
Uma vez, diante de 30 imigrantes detidos, o policial disse (em inglês): "Estou cheio disso. Vou atirar em todos vocês, e vou começar pelos que estão com sapatos marrons". Enquanto sacava o revólver, três imigrantes olharam para os pés -e foram obrigados a aceitar o papel de tradutores.
Esquecidos
No mundo real, há inúmeros casos de ladrões que assaltam bancos e esquecem a carteira no balcão.
Isso ocorreu mais uma vez, no início de abril, durante assalto a um posto bancário no bairro de Campo Belo, em São Paulo. "Roubaram R$ 38.200, mas a 'casa caiu' por causa de um que esqueceu uma conta de luz no local", conta o delegado Manoel Camassa.
Às vezes, o criminoso até tem presença de espírito, mas a tolice é maior. Foi o caso, nos anos 70, do suspeito de um assalto detido próximo a um quartel do Exército em São Paulo. "Trabalho aqui", disse, apontando para o quartel e para a calça verde-oliva que usava.
Foi preso quando o policial notou que a calça era uma boca-de-sino, muito em moda na época, se recorda o delegado aposentado Antônio Bim Filho.

Importadores: Cultura (011 285-4033), Freebook (021 256-0577) ou Marcabru (021 294-6396)

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