São Paulo, domingo, 5 de maio de 1996
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'Rangers' usam fotografias

MALU GASPAR; ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

Os meninos com fardas verdes e coturnos da Guarda Mirim Rangers andam com álbuns de fotos debaixo do braço.
Eles são ligados a uma organização que cuida de menores de rua e treinados para conseguir dinheiro. Também aprendem esportes e noções de disciplina. Ao se aproximarem dos motoristas, mostram o álbum e pedem "ajuda".
A verba pode ser usada, segundo o sargento mirim Ronaldo de Aguiar, 14, para a construção da nova sede da entidade, ou para vítimas de câncer.
Eles não sabem por que usam o nome Rangers (que em inglês quer dizer guarda-florestal).
O marketing dos garotos é uma variação do "book miséria", em que se apresenta um álbum de fotos com mazelas da família ou de um grupo marginalizado como, por exemplo, deficientes físicos.
As fotos dos miniguardas mostram cenas de treinamento. Eles trabalham em turnos de três horas e faturam R$ 30 nos dias "ruins". Nos "bons", ganham até R$ 50.
"Quem não estuda tem de ir para a rua todo dia. Quem estuda, vem só em fim-de-semana e feriado", diz Leandro Cruz, 13.
Meninas já chegaram a ser aceitas na guarda. Agora, só meninos participam, porque, segundo Aguiar, elas mexiam com motoristas e com outros pedintes de semáforo.
(MGs e RSc)

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