São Paulo, domingo, 5 de maio de 1996
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'Falar inglês é meu marketing'

DA REPORTAGEM LOCAL

José Roberto da Silva, 31, ou Bob, como prefere ser chamado, se diferencia dos demais vendedores de balas de semáforo por oferecer seu produto em inglês.
"Esse é meu marketing", diz. "Vendo mais por causa disso."
Silva diz tirar R$ 10 por dia, mas a Folha verificou que, em uma hora, vendeu dois sacos de balas Martinha -lucro de R$ 1,80, suficiente para chegar a R$ 290 mensais, com jornada de 40 horas semanais.
Ele tenta vender todo o tempo, mas aceita dinheiro a título de "cachê", sem dar balas em troca.
Quem compra admite que o faz movido pelo carisma de Silva. "As balas não valem nada, mas o cara é muito bacana", diz o motorista e cliente Volnei Ricardo da Silva.
O vendedor começou a aprender inglês há seis anos, com alunos e professores do cursinho Anglo, na rua Sergipe (região central) -ponto que trocou há dois meses, pelo cruzamento da avenida Paulista com a Pamplona (zona sul).
"Comecei com o 'good morning"', relembra. Diz ser capaz até de distinguir o sotaque. "Na Inglaterra, eles falam 'beter' e nos Estados Unidos, 'berer"', explica. Silva nunca fez curso de línguas e estudou até a 4ª série primária.
Outras pessoas adotam a estratégia de "one-man show", como o instrumentista Emerson, que toca à noite em frente ao Conjunto Nacional, na avenida Paulista.

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