São Paulo, domingo, 5 de maio de 1996 |
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Interior é vitrina para radialista novato
LUÍS PEREZ
O candidato faz um curso no Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), procura emissoras comunitárias ou do interior -que servem de vitrina e aprendizado- até ser "descoberto" por uma grande emissora da capital. O profissional ganha então maior visibilidade. Embora nunca vá alcançar uma remuneração alta, mesmo em uma grande rádio, pode acumular funções que façam a renda mensal chegar a R$ 10 mil ou R$ 15 mil (leia texto abaixo). Enquanto isso não acontece, o melhor é colocar os pés no chão: uma emissora do interior raramente se obriga a pagar mais do que R$ 262,50, piso salarial estabelecido até o mês passado. O curso do Senac "É uma mixaria, mas estamos em data-base", afirma Rosemere da Costa, 27, secretária do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão do Estado de São Paulo, que reúne 4.000 trabalhadores. O triplo do piso é quase o valor do curso do Senac, que custa R$ 750. "É extremamente prático", conta Ana Maria de Ascenção Rossini, 37, coordenadora da área de rádio do Senac. "Só o Senac está habilitado a fornecer o registro na Delegacia Regional do Trabalho." Ela espera uma regulamentação do Ministério das Comunicações a respeito da atuação de rádios comunitárias, o que, segundo ela, ampliaria o mercado. "Independentemente disso, durante o ano temos solicitações de emissoras." Ela confirma que as da cidade de São Paulo estão saturadas. Por isso a procura pelo interior. Vinda do interior Um exemplo é Tatiana Fráguas, 28, da Band FM (SP), que começou em uma emissora de Campinas (99 km a noroeste de São Paulo). "Conhecia uma garota da rádio e fui lá brincar. O coordenador achou que eu tinha boa voz e me chamou para um teste, três meses depois", conta Tatiana, que na época estudava arquitetura. Ela passou depois pela Transamérica (SP) e Jovem Pan (SP) até chegar à Band. "É bom mudar de estilos. E uma coisa que ajuda é o teatro, que eu já fiz", avalia. "Grandes artistas começaram no rádio, principalmente porque tem essa coisa da interpretação." Uma coisa a mais mudou na profissão de radialista: antigamente o vozeirão era indispensável. "Hoje é cada vez menos a voz e mais a espontaneidade, a habilidade de comunicação", garante Paulo Mello, 32, coordenador artístico da rádio Transamérica (SP). Texto Anterior: Profissional acumula empregos em rádio e TV Próximo Texto: Há mercado de trabalho para quem quer se tornar consultor Índice |
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