São Paulo, domingo, 5 de maio de 1996
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Sonda vai "estacionar" ao lado de asteróide

JOSÉ REIS
ESPECIAL PARA A FOLHA

Asteróides são pequenos objetos que gravitam em torno do Sol, a maioria nas regiões de Marte e Júpiter. Identificados pela primeira vez em 1801 por William Herschel, que também lhes deu o nome geral e genérico, mais de 3.000 deles já foram caracterizados e catalogados até hoje, número que deve crescer muito com os progressos astronômicos. Alguns asteróides, como os do grupo Apolo, podem ser tidos como antigos cometas que perderam a cobertura gasosa. O maior dos asteróides, Ceres, tem diâmetro pouco superior a mil quilômetros.
Acreditam alguns astrônomos que os asteróides sejam resíduos do processo de formação solar. Outros supõem que eles se entrechocam com outros objetos. De um desses choques com a Terra teria resultado o conhecido fenômeno da extinção de muitas espécies de dinossauros, há 65 milhões de anos. Muitas teorias existem sobre a formação e a natureza dos asteróides, mas elas não passam de especulações. Na verdade, nada de cientificamente definido se sabe sobre aqueles fatos e a estrutura dos asteróides.
Sonda
Para suprir essa deficiência, o governo norte-americano instituiu a missão NEAR, nome formado a partir das iniciais das palavras "Near Earth Asteroid Rendezvous" (Encontro com Asteróide Próximo da Terra). A missão começou com o lançamento de uma sonda espacial destinada a permanecer um ano a 30 km do asteróide de 40 km chamado 433 Eros. Excelentemente dotada de aparelhagem microeletrônica e de outros tipos, a sonda, lançada em fevereiro deste ano, deverá colher muitos dados que permitam registrar no papel o "retrato" do asteróide (morfologia, estrutura, campo magnético etc).
NEAR tem outra significação importante: marca a radical mudança geral na orientação da inchada e em grande parte desacreditada NASA, descentralizando-a. Assim, o projeto NEAR foi confiado a órgão totalmente fora da NASA -o Applied Physics Laboratory, da Johns Hopkins University.
É incrível a diferença entre os dois sistemas. O Galileo custou US$ 1,6 bilhão e demorou dez anos para ser construído. A sonda NEAR custou US$ 118 milhões e foi construída em dois anos. Grande parte das diferenças deve-se a procedimentos burocráticos.
NEAR possui o mais moderno e adequado equipamento e será seguida por missões semelhantes (sistema Discovery).

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