São Paulo, terça-feira, 7 de maio de 1996
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Diminuem os gastos com pessoal e juros

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

A receita do governo federal deve crescer 17% neste ano, calcula Raul Velloso. A maior parte disso, 14%, vai por conta da inflação.
Os impostos crescem, em termos nominais, quando incidem sobre preços e rendimentos inflacionados. Os outros 3% de ganho real, acima da inflação, virão de uma combinação de crescimento da economia com ganhos da receita. Velloso estima que o PIB brasileiro vai crescer 3% neste ano.
As despesas vinculadas com pessoal (salários do funcionalismo e de inativos, benefícios do INSS e pagamentos de abonos e seguro-desemprego) chegaram a 75% da receita no primeiro trimestre.
É, de longe, o maior item de despesa. E todo ele certamente crescerá menos de 17%, abaixo do avanço estimado para a receita.
Até aqui, o governo não concedeu qualquer aumento ao funcionalismo e aos inativos (item Pessoal, com 43% da receita no primeiro trimestre).
Mesmo que saia um reajuste de 10% em junho, isso provocaria um crescimento anual da folha de apenas 5%, pois seria pago somente no segundo semestre.
Os benefícios do INSS tiveram reajuste de 15%. Como é aplicado a partir dos vencimentos pagos em junho, também se reduz o impacto quase pela metade na conta anual.
Finalmente, abonos e seguro-desemprego, vinculados ao salário mínimo, terão reajuste de 12%, também pago em parte do ano.
Em resumo, todos os gastos vinculados a pessoal ficarão bem abaixo do crescimento previsto para a arrecadação. Isso reduz o déficit em relação a 1995.
Claro que isso supõe que o governo manterá constantes os demais gastos, com Saúde e todo o resto do governo, conclui Velloso. Para ele, isso é possível.
(CAS)

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