São Paulo, terça-feira, 7 de maio de 1996
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Saúde avalia Aids nas Forças Armadas

RUI NOGUEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Saúde vai ter em mãos, até o final do ano, um diagnóstico da incidência da Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) nas Forças Armadas.
Os recrutas selecionados para a avaliação marcada para a primeira quinzena de julho vão fazer exames de sangue e responder a questionários -ambos de forma voluntária.
É a primeira vez que recrutas serão abrangidos pelo PNC/DST/Aids (Programa Nacional de Controle de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids).
O questionário pretende aferir o grau de conhecimento desses jovens sobre a doença. A colaboração entre PNC/DST/Aids e Forças Armadas será depois estendida a programas de treinamento e controle da doença.
Representantes da área médica do Exército se reúnem hoje com Lair Guerra, coordenadora do programa do Ministério da Saúde. Na quinta-feira, Lair Guerra faz a mesma reunião com representantes da Marinha. O encontro com a Aeronáutica ainda não tem data marcada.
Incidência
O trabalho inicial é com os recrutas porque eles são, pelas pesquisas feitas pelas próprias Forças Armadas, o grupo de maior incidência de contágio pelo vírus da Aids, o HIV.
O segundo maior índice de portadores do vírus entre os atendidos (13,20%) no hospital era formado por dependentes (familiares) dos militares.
Oficialmente, o Ccomsex (Centro de Comunicação Social do Exército) informa que o Exército registrou 200 casos de Aids de 87 até hoje.
Incapacitados
Nas reuniões com os responsáveis pelo programa anti-Aids do Ministério da Saúde, as Forças Armadas devem discutir também a questão do tratamento administrativo dispensado aos portadores do vírus -todos os códigos, de saúde e disciplina, tratam do doente de Aids como um "incapacitado".
Exército, Marinha e Aeronáutica não vêem impedimento em submeter os oficiais a testes anti-Aids. Segundo as assessorias das três Forças, a portaria 869, que proíbe a exigência de exames pré-admissionais, só vale para funcionários públicos civis.
Os portadores do vírus são reformados e atendidos nas instituições médicas dos militares. Os recrutas recebem tratamento médico, mas não têm direito à reforma.

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