São Paulo, terça-feira, 7 de maio de 1996 |
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Hinos de futebol têm versão pop
XICO SÁ
Agora os hinos dos grandes times brasileiros têm a sua versão pop em um CD especial lançado nas bancas pela revista "Placar". Tim Maia canta os versos kamicazes que Lamartine Babo fabricou para o hino do América do Rio. "Hei de torcer até morrer, morrer, morrer". O que não falta é Lamartine. Mesmo na condição de americano roxo, ele é autor dos hinos dos grandes clubes cariocas: Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo. No CD, estas músicas ganharam sinais de funk, rap e samba-de-morro, como o caso do Flamengo. O hino é entoado por Herbert Vianna, Neguinho da Beija-Flor, Falcão (grupo o Rappa), entre outros ilustres convidados. A canção do Vasco ganhou um prefácio de Fernanda Abreu. Ela anuncia Lamartine ao som do "Rap da Felicidade" -aquele que diz assim: "Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci". A marchinha palmeirense caiu na lama do punk de João Gordo. E tem ronco de porco combinado com a delicadeza da voz de Ademir da Guia. A nação corinthiana ganhou a versão de Tony Garrido, do grupo de Cidade Negra. Garrido teve o cuidado de explicar, no início da música, que pertence a uma facção corintiana do Rio de Janeiro. A saudação ao tricolor paulista vem embalada com um rockinho de Roger, do Ultraje a Rigor. O Santos tem o santista Paulo Miklos (Titãs) com a bateria mirim da Mangueira. O peixe ficou pop. E como futebol é sofrimento, não poderia faltar Lupicínio Rodrigues. Ele fez o hino do Grêmio de Porto Alegre. Mas a versão do disco mexeu na letra de Lupicínio. Trocaram "50 anos de glória" por "90 anos de glória...". Ficou animado e insosso para um Lupicínio. Afinal, sofrer por futebol é pior que sofrer por amor. Disco: Os Hinos dos Grandes Clubes Artistas: vários Preço: R$ 9 Onde encontrar: bancas de jornais Texto Anterior: Buddy Holly retorna em versão rural Próximo Texto: Beatles sofrem com os ritmos latinos Índice |
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