São Paulo, sexta-feira, 10 de maio de 1996
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Fechado contrato para catraca eletrônica

LUIS HENRIQUE AMARAL
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo assinou ontem contrato para substituir os cerca de 25 mil cobradores da cidade por catracas eletrônicas.
O prefeito Paulo Maluf espera que os equipamentos estejam funcionando até o final do ano. As primeiras unidades devem ser instaladas em dois meses. Os cobradores serão demitidos.
Ao ser perguntado sobre as demissão, Maluf afirmou: "Se for para gerar mais emprego, vamos colocar quatro cobradores por ônibus em vez de um", ironizou.
"Mas quem paga por isso é a população, por isso vamos optar pela economia da automação", disse.
Ainda segundo o prefeito, as catracas eletrônicas trarão uma economia de 14% para o sistema de transporte. "Essa economia será repassada para as tarifas."
O contrato foi assinado com o Transurb, o sindicato das empresas de ônibus. Ele foi anunciado na terça-feira, pelo prefeito, como uma represália contra a greve de um dia dos motoristas e cobradores realizada anteontem.
Segundo o presidente da Transurb, Maurício Lourenço da Cunha, alguns cobradores poderão ser aproveitados como motoristas. "Cerca de 40% deles têm carteira de habilitação", afirmou.

Sindicato
O sindicato dos motoristas e cobradores é contra a instalação das catracas. "Nós temos que priorizar o emprego em um momento de crise econômica como o país passa", disse o presidente da entidade, José Alves do Couto.
Já o secretário-geral do sindicato, Gregório Poço, costuma dizer que não é "contra a tecnologia", mas que não pode defender "a demissão de tantos pais de família".
O sindicato lembra ainda que, quando a CMTC (Companhia Municipal de Transporte Coletivo) foi extinta, a prefeitura também prometeu aproveitar os motoristas em outros postos. Segundo a entidade, a promessa não foi cumprida.

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