São Paulo, segunda-feira, 13 de maio de 1996
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OMS sugere mudar prioridade

DA REPORTAGEM LOCAL

Para Eugênio Vilaça Mendes, da representação da OPS (Organização Panamericana de Saúde) no Brasil, o maior problema do sistema brasileiro é a falta de atenção ao atendimento primário.
Atendimento primário é feito em unidades básicas, não em hospitais. "De 700 casos que vão para urgência, 500 poderiam ser resolvidos no sistema primário", disse Mendes, que representa a OMS (Organização Mundial da Saúde) no país.
Para ele, o atual modelo brasileiro "é um saco sem fundo".
"Se você for ao Canadá, todo o programa é centrado no médico de família", afirmou Mendes.
Segundo ele, essa experiência está sendo tentada em alguns municípios do Ceará. "O médico de família retém 90% da demanda."
Mendes acha que o Brasil precisa inverter as prioridades no seu sistema. "Não precisa triplicar os recursos. Precisa é descentralizar as decisões", disse.
O representante da OMS estima que, em 1995, o Brasil gastou US$ 165 por habitante com saúde. Ele disse que a OMS não recomenda quanto se deve gastar por habitante. "Nos EUA se gasta mais de US$ 3 mil per capita por ano, e o sistema é ruim", disse. "O que a OMS faz é comparar os gastos em países com PIBs semelhantes."

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