São Paulo, segunda-feira, 13 de maio de 1996 |
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Goiás só gastou 43% do previsto em 95
LAURO VEIGA FILHO free-lance para a Agência Folha Em Goiânia (GO), praticamente 90% da rede pública no setor de Saúde é controlada pelo governo estadual.No ano passado, apenas 43% dos recursos previstos no orçamento do Estado para o setor foram efetivamente gastos nessa área, segundo dados da Secretaria da Saúde. Para agravar a situação, o HGG (Hospital Geral de Goiânia), com capacidade para 300 leitos, está fechado para reformas há quatro anos. O próprio secretário de Saúde do Estado, Carlos Mendes, fornece exemplos que ajudam a entender por que 21% dos entrevistados pelo Datafolha em Goiânia consideram o setor da Saúde como o principal problema da cidade. Em 95, a proposta orçamentária do governo estadual previa R$ 4,5 milhões para a conclusão das obras no HGG. Mas o dinheiro não foi gasto. "Faltaram recursos", disse Mendes. Mendes prevê que os gastos do Estado no setor deverão dobrar este ano e diz que o HGG deverá ser reaberto até o início de 1997. Na mesma linha, no início deste ano, o governo goiano negociava dois projetos de investimento junto ao Eximbank japonês -um na área de Saúde (exatamente a reforma no Hospital Geral) e o segundo para o setor de transportes. O Eximbank argumentou que só haveria recursos para um projeto. Foi escolhido o programa de construção e recuperação de estradas. "Recursos existem, quando se trata de salvar banqueiros. Mas a Saúde não é prioridade para os governos do Estado e federal", disse o vice-presidente do Sindicato dos Médicos de Goiás, Eder Murare Barbosa. Na semana passada, 40 pessoas, entre portadores do vírus HIV e seus parentes, invadiram o HDT (Hospital de Doenças Tropicais), em Goiânia, num protesto contra a falta de medicamentos e o que consideram mal atendimento. É o único hospital especializado no tratamento da Aids em Goiás. A manifestação foi provocada por uma política deliberada de "sucateamento" da Saúde, promovida pelos governos federal e estadual, afirma o presidente do Sindisaúde (Sindicato dos Trabalhadores no Sistema Único de Saúde de Goiás), Mauro Rubem. Texto Anterior: Postos em Salvador oferecem remédios Próximo Texto: Líderes na disputa evitam criticar Maluf Índice |
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