São Paulo, segunda-feira, 13 de maio de 1996
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SC prepara mapa solar que vai evitar perda de energia

SILVIA QUEVEDO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

Pesquisadores da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) estão fazendo o mapeamento solar do país para conhecer a quantidade de radiação que chega à superfície do território brasileiro.
O projeto utiliza um software alemão adaptado e implantado pela UFSC em parceria com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
"Sabemos que o Brasil é o país do sol, mas quanto de energia chega aqui, como isso varia com o tempo, ninguém sabe. Não existe um levantamento do potencial solar do país", afirmou o cientista Enio Bueno Pereira, 46, do Inpe.
O conhecimento desse potencial permitirá o aproveitamento integral da energia solar do país, em regiões mais ou menos propícias.
Pereira diz acreditar que a relação custo/benefício da energia solar poderá ser muito mais compensadora em regiões remotas do que o uso de energia elétrica.
Incidência heterogênea
Segundo ele, a incidência solar no país é bastante heterogênea, devido à formação de nuvens que bloqueiam a ação direta dos raios.
Quando é verão no Sul, por exemplo, e há mais disponibilidade de energia solar, na Amazônia ocorre o contrário porque é época de chuvas.
Os cientistas já sabem que a maior incidência de radiação solar no país se dá na confluência dos Estados de Tocantins, Maranhão, Piauí e Bahia.
O projeto da universidade catarinense coleta os dados da incidência solar na superfície a partir de medições feitas por radiômetros de duas estações climatológicas instaladas no Estado. As informações dos radiômetros são cruzadas com imagens de satélite fornecidas diariamente pelo Inpe.
Até dezembro, os pesquisadores poderão contar com uma terceira estação, em Chapecó (SC), e com outras cinco na Amazônia, graças a convênio firmado com o governo alemão, que apóia o projeto.
A equipe, liderada pelo pesquisador Sérgio Colle, 50, espera gerar as primeiras "cartas solares" em até três meses. Segundo ele, a proposta é elaborar, mais tarde, um "atlas solar" para o Brasil.
"Os dados mudam a cada ano, mas como o ciclo solar completo é de 11 anos, será possível chegar a uma média da incidência na superfície", avalia.
As informações, que também estarão disponíveis na Internet, a rede mundial de computadores, deverão interessar principalmente concessionárias públicas de energia elétrica e empresas privadas que planejam instalações domésticas de aquecimento central.

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