São Paulo, segunda-feira, 13 de maio de 1996
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A volta da Polônia

CIDA SANTOS

O Brasil estreou com um passo pra lá e outro pra cá na Liga Mundial: uma vitória e uma derrota para a Espanha.
Mas, neste ano olímpico, o destaque é a volta de duas seleções, com muita tradição, ao centro do mundo do vôlei.
Depois de 16 anos, Polônia e Iugoslávia voltam a disputar uma Olimpíada.
Os poloneses surpreenderam no Pré-Olímpico da Grécia: eliminaram a Espanha, do atacante Rafael Pascual, e o Japão, com toda sua tradição olímpica. A Polônia traz de volta ao vôlei um certo saudosismo de uma seleção que, na década de 70, desbancou a então poderosa União Soviética.
A Polônia tinha um jogo totalmente moderno. A seleção contava com Tomasz Wójtowicz, um cabeludo que trazia a novidade: enquanto os outros times só tinham atacantes na rede, ele já batia detrás da linha de três metros. Tomasz, um gigante para a época, que beirava os 2,00 m, foi o precursor do ataque de fundo.
O ex-levantador William, que, em 76, disputava a sua primeira Olimpíada, em Montreal, era um dos fãs do time polonês.
Fala que eles tinham um dos jogos mais bonitos que já viu. Eram versáteis: tinham força e velocidade. Além de tudo, o time era alegre, falante, bem diferente dos sisudos soviéticos.
Não à toa, no final da Olimpíada de 76, William torceu como nunca para a Polônia.
A URSS era a favorita. Tinha vencido quatro jogos por 3 sets a 0. A partida começou em ritmo da lógica: a URSS vencia por 2 sets a 1 e tinha uma vantagem de 15 a 14 no quarto set. Estava a um ponto do ouro.
Foi aí, então, que a história começou a mudar: Tomasz, atacando de todas as posições, desconcertava os soviéticos.
Resultado: a Polônia conseguiu o "impossível". Virou o set: 19 a 17. No quinto, nova vitória: 15 a 7. Quem viu, como William, garante: foi uma das finais mais eletrizantes do vôlei.

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