São Paulo, segunda-feira, 13 de maio de 1996
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Ator 'cult' de Tarantino estréia na direção

AMIR LABAKI
DO ENVIADO ESPECIAL A CANNES

Steve Buscemi tem um rosto mais conhecido do que o nome. Todo mundo o viu como o Mister Pink de "Cães de Aluguel", de Quentin Tarantino, ou como o amigo cuidadoso de Antonio Banderas que sola na abertura de "A Balada do Pistoleiro", de Robert Rodriguez.
Só na competição deste ano ele participa de dois filmes: "Kansas City" de Robert Altman e "Fargo", dos irmãos Coen. Buscemi estréia na direção com "Trees Lounge". Foi o "cult" da Quinzena dos Realizadores do fim de semana.
Guardadas as proporções, à moda Woody Allen, Buscemi faz tudo: escreve, dirige e estrela. A produção é barata, girando em torno do bar Trees Lounge.
"Trees Lounge" é uma espécie de versão cômica de "Barfly" ou de "Leaving Las Vegas", sem a crueza do primeiro ou a radicalidade do segundo.
Buscemi faz Tommy, um mecânico desempregado que bate ponto no boteco. O ex-melhor amigo demitiu-o do emprego e roubou-lhe a namorada.
O filme acompanha os altos e baixos de Tommy, entre paqueras e vexames. Buscemi equilibra-o no fio da navalha, evitando as facilidades do bêbado trapalhão ou do pobre-coitado. Reservou para si as melhores tiradas, mas não descuidou do desenvolvimento dos inúmeros coadjuvantes, interpretados por amigos como Anthony La Paglia, Samuel L. Jackson e Seymour Cassel.
Steve Buscemi não deve repetir John Turturro ("Faça A Coisa Certa"), que arrebatou há três anos a Câmera de Ouro com "Mac". Mas não resta dúvida: "Trees Lounge" é seu diploma de cineasta.

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