São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 1996 |
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Aula pode ser suspensa por insegurança
DA REPORTAGEM LOCAL O Departamento de História da USP (Universidade de São Paulo) ameaça suspender as aulas por falta de segurança em seu prédio, no campus da Cidade Universitária, Butantã (zona oeste da capital).O assunto deve ser debatido hoje, em reunião do conselho de chefes de departamento da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), unidade a que é filiada à História. A proposta inicial é suspender as aulas no dia 26. Segundo alunos e professores, furtos e assaltos se tornaram comuns, e haveria traficantes agindo abertamente no prédio. A diretoria da FFLCH admite que os seguranças são incapazes de deter os crimes. Pelo estatuto da universidade, as polícias Civil e Militar só podem entrar no campus com autorização da reitoria. Segurança é falha Segundo João Baptista Borges Pereira, 53, diretor da FFLCH, o prédio da História é especialmente inseguro devido a sua concepção arquitetônica, que não pode ser alterada por ser tombado como patrimônio histórico. "Ele é todo aberto, mas não poderíamos colocar grades mesmo que quiséssemos", explica. Pereira diz que os "equipamento caros" da unidade costumam gerar furtos, como o de oito impressoras, no início do mês. O prédio tem hoje dois seguranças em cada período e deve ganhar mais um. Segundo Pereira, eles não podem usar armas e não têm treinamento adequado para impedir os crimes. "O que os diferencia de um cidadão comum é a jaqueta com a palavra 'segurança' nas costas", disse. "Não há como negar a falência de nosso sistema de segurança." Uma aluna que não quis se identificar afirma que o prédio e seus arredores estão mal iluminados, o que facilita a ação de assaltantes. Segundo a diretoria, a reforma do teto, hoje em fase final, danificou parte da rede elétrica -que deve ser consertada em breve, saneando o problema. O diretor acredita que o clima de insegurança se agravou quando a História retirou vendedores informais de comida e livros do pátio interno, no início do ano. "Há quem diga que os informais retirados podem ser traficantes e estariam fazendo ameaças de violência para voltar", disse Pereira. Para o diretor, a suspensão das aulas é uma proposta "unilateral e inaceitável" da História. A reitoria divulgou ontem nota afirmando que a Guarda Universitária está sendo reequipada e ampliada, a iluminação, melhorada e está sendo feito controle do acesso ao campus. A reitoria afirma que não há "elementos concretos" que liguem vendedores informais ao tráfico de drogas, necessários para solicitar a intervenção da polícia. Texto Anterior: Descartada troca de arma por alimento Próximo Texto: Unicamp troca três livros da lista de 97 Índice |
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