São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 1996 |
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Nos subterrâneos
CLÓVIS ROSSI São Paulo - Em cima, as coisas não andam bem, conforme se verifica, todos os dias, pelo noticiário. Mas, em baixo, a sociedade começa timidamente a se movimentar.Já há, na Fundação Getúlio Vargas, um Centro de Estudos do Terceiro Setor (Cets). Prepara quadros para atuar em entidades que não pertencem aos dois setores clássicos (o estatal e o privado). Organizações privadas que suprem demandas públicas, sem fins lucrativos. O exemplo até aqui mais bem-sucedido é o da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança. Volto ao tema mais tarde. Segundo movimento do gênero: projeto que tem o apoio institucional do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo e da Comissão Teotônio Vilela. Chama-se "Programa de Implementação e Desenvolvimento dos Direitos do Cidadão", e visa "encontrar canais institucionais que permitam a solução dessas deficiências" (as carências da cidadania brasileira). Os coordenadores do projeto, ainda embrionário e em busca de patrocinadores, estão propondo cinco prioridades para monitorar ou para criar legislação. O mais original é a criação de um ombudsman para os hospitais públicos. Coisa pouca, dirão os que estão sempre querendo um desenho global que resolva ou ao menos encaminhe a solução para o conjunto de carências. É pouco mesmo, mas é sempre necessário um primeiro passo, inclusive do ponto de vista, digamos, filosófico. E a filosofia do projeto é levar a sociedade a deixar de esperar que o Estado tome a iniciativa de encaminhar as questões. Deve haver outros projetos com objetivos semelhantes. Resta retirá-los da semiclandestinidade em que vivem em termos de exposição ao grande público. Texto Anterior: MERCADO NEGRO NA CADEIA Próximo Texto: Abertura pragmática Índice |
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