São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996
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Derrota foi vista como alívio

VALDO CRUZ; MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso fazia o seguinte balanço na última sexta-feira: a derrota na Previdência serviu para expor os deputados que defendem privilégios e aliviar a imagem do governo.
Na quarta-feira, FHC foi avisado pelo ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos) que havia um risco real de o governo ser derrotado na Previdência.
Mais uma vez, o presidente ouviu que alguns parlamentares só votariam com o governo se tivessem seus pedidos atendidos. Irritado com a fama de governo fisiológico, FHC deu a ordem: chega de negociar, vamos votar.
Acabou derrotado três vezes: caiu o limite de idade para aposentadoria de servidor, foi mantida a aposentadoria especial de professor universitário e acabaram as limitações à paridade entre servidores ativos e inativos.
Quem encontrou o presidente no dia seguinte diz que ele estava de "alma lavada".
O bom humor do presidente era atribuído ainda à disposição do Senado de refazer a reforma da Previdência. FHC ficou sabendo que os senadores estão dispostos a cortar todos os privilégios.
O recado foi transmitido minutos depois da derrota na Câmara. Foi aí que FHC abandonou a idéia de retirar do Congresso a reforma da Previdência, que chegou a discutir em seu gabinete com o ministro Luiz Carlos Santos e o tucano Pimenta da Veiga.
(VALDO CRUZ e MARTA SALOMON)

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