São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996
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'Mundo terá 2º Renascimento'

NOELLY RUSSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O mundo está perto de passar por um segundo Renascimento no século 21. Segundo o italiano Marcello Palazzi, 38, defensor da tese, o fenômeno ressurge principalmente da vontade da sociedade de melhorar a vida nas cidades. O Renascimento foi um movimento cultural dos séculos 15 e 16 que retomou a valorização do ser humano.
"Há um movimento global para mudar o rumo das coisas. Os empresários não devem mais pensar na sociedade como base de mercado, mas sim em seres humanos e valores", diz ele, que mora na Holanda.
Palazzi é o presidente do Fórum dos Empresários. O Fórum é um evento paralelo à Habitat 2. Os empresário debatem como deve ser a participação do setor na sociedade.
"As empresas aparecem como potenciais parceiros da sociedade para implantação de estratégias para a solução de problemas", afirma Palazzi.
O Fórum dos Empresários recebeu mais de 300 exemplos de parcerias de sucesso entre empresas e governos. Dessas, 20 serão premiadas como melhores práticas.
"Atualmente, o maior número de pessoas capazes de tornar as idéias realidade está em empresas. Essas são organizações mais ágeis e por isso devem estar envolvidas na vida das cidades", diz.
Para Palazzi, ainda existe uma desconfiança histórica dos empresários. "Espero que em Istambul esse disposição mude", afirma. Apesar disso, representantes de ONGs em todo o mundo preferem que o termo "parceria" seja exclusivo para associações entre empresas e Estado e que "participação" indique envolvimento da população.
Palazzi cita a criação de empregos e a educação para a atuação conjunta de governo e empresas. "Como empregar mais gente e manter o avanço tecnológico deve ser um desafio para as empresas. Na área da educação, a Inglaterra tem ótimos exemplos de educação dentro das fábricas", diz.
O empresário admite, porém, que não há soluções a curto prazo. "Ainda há muitas demandas sociais e poucas soluções. O principal é exportar idéias de sucesso e tentar implantá-las", completa.
Ele reconhece que houve erros no passado. "Isso não significa confissão de culpa. Antes não éramos capazes de ver o crescimento descoordenado. Hoje tentamos planejar o futuro a várias mãos."

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