São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996 |
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Assistencialismo impede soluções
NOELLY RUSSO
Motomura vai repetir em Istambul o que diz para seus "alunos". "As empresas têm de se preocupar com a sociedade de forma mais ampla. A empresa deve ser útil, caso contrário, a sociedade vai descartá-la", diz. O empresário afirma que essa mentalidade já está presente no Brasil. "Ainda não existem iniciativas na intensidade ideal, mas já há empresas assumindo essa responsabilidade." Motomura cita a Alemanha e os Estados Unidos como os países mais avançados nas parcerias de sucesso entre governo e empresa. No caso do Brasil, ele afirma que um primeiro passo é abandonar a postura assistencial que programas de parceria tendem a adotar. "Outro conceito importante a ser modificado é o da troca imediata. Um empresário não pode pensar em troca. Deve pensar em dar significância àquilo que faz." Ele condena a hipercompetição: "É um modelo que gera ações predatórias. Tende a destruir o que foi construído e não deixa nada para as gerações futuras". Para ele, é necessário resolver os problemas na mesma geração em que aparecerem e não passá-los às seguintes. "Sempre tivemos o péssimo hábito de deixar que os problemas fossem resolvidos em uma ou duas gerações posteriores. O primeiro passo é planejar e construir o futuro para as próximas gerações." O empresário admite, no entanto, que essa nova atitude não vai resolver problemas existentes. Usando como exemplo a privatização da via Dutra, a reportagem perguntou como esse exemplo de parceria beneficiaria os pequenos caminhoneiros, que vão pagar pedágio mais caro por uma rodovia mais bem conservada. Motomura diz que o modelo de administração pública eficiente teria evitado que a rodovia se deteriorasse. "A sociedade vai pagar por uma ineficiência administrativa. E isso custa caro." (NR) Texto Anterior: Fórum dos empresários Próximo Texto: Cidades trocam experiências Índice |
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