São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996
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Consultor age como "bombeiro" de Istambul

DE NOVA YORK

Joseph Wheeler, 69, faz parte da equipe de cerca de 20 consultores que vai ajudar os 187 países a negociar durante a Habitat 2.
Eles vão a Istambul convidados pela ONU e atuarão como "bombeiros", tentando criar alternativas para eventuais impasses na redação final do documento.
Ele trabalhou para a USAid (Agência para Desenvolvimento Internacional dos EUA) e para as Nações Unidas em Genebra.
Wheeler é especialista em desenvolvimento econômico e tem experiência em negociações com países do Terceiro Mundo, tendo sido chefe de missões norte-americanas na Jordânia e no Paquistão.
Na conferência trabalhará em dupla com o secretário da ONU para a Habitat 2, Wally N'Dow.
"Essa é a última de uma série de conferências, iniciadas com a Rio-92. Por isso, a partir das deliberações adotadas nas outras reuniões, poderemos chegar a um plano de ação mais específico", disse.
Segundo Wheeler, os dois pontos críticos nas negociações são: a questão financeira dos investimentos e a discussão da mudança na legislação sobre a moradia.
Os delegados terão de optar se querem a formulação "direito à moradia", ou preferem "direito ao acesso à moradia".
"É um problema filosófico", diz Wheeler. Aqueles que defendem a mudança para "acesso à moradia" reconhecem as atuais políticas e programas dos governos para moradia como suficientes.
A tese é sustentada pelos países industrializados. "Prefiro não citar quais são os países mais favoráveis à mudança, mas nós sabemos que há dois líderes dos países industrializados, os Estados Unidos e o Japão", afirma.
A questão financeira, de quem deve financiar os projetos, é sempre conflitante.
"Nesse caso específico, devido à natureza da conferência, a maioria dos recursos terá que sair dos governos locais -investimento em infra-estrutura e programas de moradia", afirma.
Mesmo assim, ele prevê uma grande resistência dos países industrializados a ceder recursos.

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