São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996
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Turista francês prefere o "banho seco"

RSC
DA REPORTAGEM LOCAL

Os turistas franceses atravessam o oceano, mas não perdem o medo da água da banheira. Eles são os campeões do "banho seco" (sem uso de água) nos hotéis de alto padrão de São Paulo.
A constatação indica que o clima explica apenas em parte o gosto ou o "desgosto" pelo chuveiro.
Segundo os serviços de governança, hóspedes franceses com frequência "pulam" os dias quando o assunto é banho.
"Colocamos três tamanhos diferentes de toalhas nos quartos. Quando o hóspede é francês, é comum só termos que trocar a toalha de mão, a menor, que eles usam para passar no corpo", conta Simone Grassi, assistente de governança do Crowne Plaza.
Ela afirma que os franceses não molham a toalha maior todos os dias, porque não tomam banho.
"As arrumadeiras comentam que é usual a banheira de franceses estar sequinha. É falta de uso", diz Maria José Balestri, governanta do Brasilton.
"É uma questão de hábito de seu país", acredita Marlene Rodrigues, assistente da governanta do Hilton, hotel em que a tendência também foi constatada.
Banheira indispensável
Uma pesquisa feita no hotel Maksoud Plaza, há dois anos, apurou que os hóspedes preferem se banhar usando o chuveiro -com exceção dos japoneses.
"Eles não dispensam a banheira e não se hospedariam em um quarto que não a tivesse", informou Roberto Maksoud, diretor-geral do hotel, que tem banheira em todos os quartos.
No Japão, há a tradição do banho ofurô, com a imersão do corpo em grandes tinas.
Os japoneses também se destacam no consumo de toalhas -costumam pedir extras- e, principalmente, em organização.
Quando um hóspede japonês deixa o banheiro, só se percebe que tomou banho porque a toalha está úmida, afirma Maria José Balestri.
Os norte-americanos são os reis da bagunça: molham todo o chão, deixam a roupa dentro do bidê e a toalha molhada jogada em cima da cama.
Os brasileiros, como era de se esperar, tomam banhos diários. Mas muitos "consomem" mais xampu, condicionador e sais de banho do seria o "normal".
"Eles levam embora na mala", explica Simone Grassi.
Uma pista da importância que o banheiro ocupa para o turista estrangeiro é a suíte presidencial do Maksoud, modesta se comparada com o acabamento requintado do restante do apartamento.
Nesse quarto já ficaram celebridades coo Mick Jagger, Margareth Tatcher, então primeira-ministra inglesa, e Frank Williams, todo-poderoso da Fórmula 1.

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