São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996
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Tormec cria células para avançar em produtividade

Presidente da empresa anda de moto e não tem uma secretária

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Fabrizio Giovannini, 32, não tem os hábitos de presidente de um grupo de três empresas.
Ele não tem secretária, atende e faz seus próprios telefonemas, e trabalha na mesma sala com todo o pessoal administrativo do grupo.
Além disso, já há algum tempo, ele trocou o automóvel por uma motocicleta Honda África Twin, de 750 cilindradas.
Às segundas-feiras, deixa o carro na garagem da empresa e durante toda a semana vai de moto às reuniões e almoços com clientes ou fornecedores.
Ele mesmo conta que, quando decidiu ganhar tempo no tráfego com a moto, era olhado com certa estranheza pelos clientes, diretores de empresas como Scania, Volvo, Honda e Mercedes.
Hoje, chamam mais atenção as mudanças que ele adotou na administração da Tormec Ltda., empresa que Giovannini começou a dirigir em 1989, quando seu sogro, então o principal executivo, teve um problema grave de saúde.
A primeira empresa do grupo foi fundada em 1957 pelo sogro e mais dois sócios, ambos suíços, um dos quais continua com participação de 27,5% na empresa.
Hoje, são três companhias, que produzem peças usinadas como buchas, pinos, anéis e parafusos, especialmente para caminhões.
Como outras empresas de autopeças, a Tormec enfrenta há alguns anos uma situação difícil de mercado. "O mercado está encolhendo visivelmente", diz ele.
Fabricantes de caminhões estão comprando no exterior conjunto de peças, em vez de comprá-las individualmente e montá-las.
Novo estilo
O caminho para sobreviver e crescer é apostar num estilo de administração que valoriza a participação dos funcionários e a modernização dos métodos de produção.
Um exemplo disso foi a decisão, tomada há quatro anos, de transformar a forma como o trabalho dos operários é feita.
Hoje, uma parte dos funcionários já trabalha em células, em que um grupo de operários participa de todas as etapas de produção.
Esse sistema substituiu o antigo sistema de produção em série.
"Agora, toda a equipe e cada funcionário se responsabiliza pelas peças produzidas", comenta o presidente da empresa.
Essa procura de produtividade e eficiência também levou à busca do certificado ISO 9002, atestado internacional de qualidade.

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