São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996
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Três setores da indústria produzem mais que em 95

FÁTIMA FERNANDES
MÁRCIA DE CHIARA

FÁTIMA FERNANDES; MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Eletroeletrônicos, higiene e limpeza e alimentos não sentem recessão

Crediário de longo prazo, taxas de juros mais baixas e a aceitação generalizada dos cheques pré-datados pelo comércio fortalecem os negócios da indústria eletroeletrônica, de higiene e limpeza e de alimentos neste primeiro semestre.
A indústria de papelão ondulado -um dos principais termômetros do desempenho de vendas de bens de consumo- está surpresa com o ritmo dos negócios.
Só nos quatro primeiros meses deste ano, os fabricantes de papelão ondulado entregaram para seus clientes volume mensal 10% maior, em média, do que no segundo semestre de 1995. Sazonalmente, as vendas são mais aquecidas na segunda metade do ano.
"Quem está mantendo os negócios são as fábricas de artigos de higiene e limpeza, de eletroeletrônicos e de alimentos", diz Milton Ferrari, diretor da Associação Brasileira do Papelão Ondulado.
Depois da liberação do prazo do crédito bancário, o setor eletroeletrônico refaz suas estimativas.
Agora, calcula a Eletros, entidade que reúne os fabricantes, as empresas deverão produzir e vender neste semestre 25% mais, em média, sobre igual período de 95.
Ricardo Etchenique, diretor comercial da Multibras, dona das marcas Brastemp, Consul e Semer, diz que as vendas devem continuar firmes nos próximos meses por conta do maior prazo de financiamento ao consumidor e do menor volume de importados nas lojas.
A Multibras, que faturou US$ 1,5 bilhão em 95, conta ele, vai fabricar neste semestre 11% mais do que em igual período de 1995.
Emprego mantido
Animados com o desempenho de vendas até agora, os fabricantes de eletroeletrônicos, higiene e limpeza e de alimentos não prevêem cortes de funcionários.
"Não há previsão de cortes. O emprego está mantido", diz José João Armada Locoselli, presidente da Abipla, que reúne os fabricantes de higiene e limpeza.
Ele conta que as 500 fábricas do setor empregam hoje 50 mil trabalhadores. Elas não programam cortes de pessoal porque planejam crescer 4% neste semestre.
Cautelosos, os fabricantes de alimentos acreditam que podem produzir e vender até 5% mais do que em 95, se não houver disparada dos preços dos produtos agrícolas.

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