São Paulo, quarta-feira, 29 de maio de 1996
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Diga lá, manicure de plantão! Que time é teu?

BARBARA GANCIA
COLUNISTA DA FOLHA

Suponhamos que o técnico Wanderley Luxemburgo tenha mesmo cometido assédio sexual contra a manicure Cláudia Cavalcante, em um quarto de hotel de Campinas.
Eu pergunto: e daí? Por acaso ele teria arrancado pedaço da "vítima"? Ou teria lhe causado algum sério dano material, moral ou emocional, que mereça ser punido por Lei?
Por acaso se justifica que uma mulher feita, de 33 anos, fique tão alvoroçada com uma trivialidade dessas, a ponto de não mais comparecer ao trabalho e ameaçar mudar de cidade? Ora, deixa de milonga!
Qualquer mulher, especialmente aos 33 anos, já sofreu ao menos um avanço dessa natureza na vida -e nem por isso a maioria faz cavalo de batalha a respeito. Mas, hoje, se o molestador tiver algo a perder, é batata: o caso tomará proporções pra lá de exageradas.
Estupro, claro, deve ser tratado na base da punição pesada. Mas, no testemunho da manicure, não consta que Luxemburgo a tenha violentado ou machucado. Tudo não passou de uma cantada voraz. E cantada só vira notícia e ameaça destruir a reputação de um homem porque o Mayflower atracou na América. Se os peregrinos tivessem chegado à África, sendo posteriormente devorados por leões, hoje não teríamos de engolir essa baboseira politicamente correta, que só veio para confundir juristas e promover injustiça.
Sejamos honestos: homens têm poronga e, consequentemente, pensam e agem de forma diferente de quem não tem. E mulheres de 33 anos sabem ou deveriam saber disso.
Me diga uma coisa, ó leitora com mais de 10 anos: alguma vez na vida você passou pela calçada de um edifício em construção sem ouvir um impropério? Alguma vez na vida, aliás, você deixou de ligar um alerta automático quando passa diante de uma obra? Claro que não. Qualquer ser do sexo feminino sabe que é temeroso andar sozinha à noite, tomar táxi de madrugada e ficar a sós com desconhecido em quatro de hotel. E por injusto que isso pareça, não adianta ir contra a natureza e promover novas regras para impedir que homens desistam da saudável idéia de penetrar mulheres.
Feministas brucutus podem chiar à vontade, mas as diferenças biológicas entre os sexos sempre serão empecilho para que homens e mulheres se relacionem em pé de igualdade.

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