São Paulo, domingo, 2 de junho de 1996
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Controle gastos e "ganhe" 10% da renda

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O dinheiro anda curto? Sobrou mês no fim do salário? Responder não a questões como essas é quase sempre impossível para a maioria das pessoas. Era.
Hoje, sob a égide do Real, os brasileiros já podem melhorar a gestão das finanças pessoais -tarefa inglória nos tempos de inflação elevada, quando os números perdiam o sentido em questão de dias.
Com um pouco de disciplina, pode-se economizar bastante durante o ano. Basta tomar providências óbvias, como o controle das despesas e das receitas, e tirar o máximo proveito do relacionamento bancário.
"As pessoas gastam dinheiro à toa, às vezes nem se dão conta disso. O acompanhamento mensal dos gastos pode ser revelador, mostrando coisas que custam demais e não são cruciais na nossa vida", diz o empresário Antônio Eduardo de Carvalho Brigagão.
O consultor financeiro Louis Frankenberg estima que somente esse controle mensal das contas gere uma economia superior a 10% da renda de cada um.
"Quem controla o destino do próprio dinheiro pode evitar que ele evapore antes da hora", acrescenta Odécio Grégio, diretor do Bradesco.
Grégio e Brigagão recomendam a utilização de programas especiais de computador, que tornam menos árdua a gestão pessoal das finanças, com gráficos, tabelas e índices econômicos. Com eles, sabe-se exatamente quanto cada tipo de gasto -casa, alimentação, lazer, educação, transportes- representa no orçamento.
Visão geral
"Quando tem uma visão geral das despesas, a pessoa fica mais comedida, corta excessos e se planeja melhor", diz Grégio.
O Bradesco oferece aos clientes o programa "Money for Windows", por R$ 60. Com ele, pode-se conciliar contas e investimentos, planejar pagamentos, controlar a evolução do patrimônio e até simular aposentadoria.
Brigagão prefere o "Cash in Real", da NetSys (R$ 35), que já vem todo em português e facilita a declaração do Imposto de Renda.
"Um gráfico de barras pode mostrar uma despesa absurda, que a pessoa nem percebe normalmente", afirma Brigagão.
Mas nem todo mundo é organizado o suficiente para seguir tais conselhos. Nesse caso, há outras dicas úteis.
Concentrar as operações bancárias numa única instituição é uma delas. Fazer pagamentos sempre com cartões de crédito é outra. Fugir do crediário e dos consórcios quando se tem aplicações, também. Poupar e comprar à vista, idem. Abater prestações do SFH com recursos do FGTS, nem se fala. A lista é extensa.

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