São Paulo, domingo, 2 de junho de 1996
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Bancos recompensam os clientes fiéis

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Ser fiel a um único banco é uma boa forma de economizar nessa fase pós-Real.
Hoje em dia, os bancos estão cobrando muito mais pelos serviços que prestam, praticando tarifas elevadas para compensar a queda das receitas inflacionárias que tinham no passado.
Mas muitos deles -como Citibank, Boston, Itaú, Unibanco, Real- dão isenção de tarifas para os clientes mais fiéis.
Por fidelidade, entenda-se investimentos, compra de serviços como seguro, e utilização de mais pagamentos eletrônicos (débito automático de contas, cartão magnético) do que talões de cheque.
Um cliente infiel do Citibank, por exemplo, gastaria, em média, R$ 57,55 por mês em tarifas sobre alguns serviços básicos (quatro saques em caixas eletrônicos, um extrato mensal adicional, um cartão magnético, duas coletas domiciliares de depósitos e de pagamentos). Dá quase R$ 700 por ano, fora as tarifas pagas em outros bancos.
Esse custo seria reduzido a zero se o cliente fizesse, por hipótese, um seguro de vida (R$ 50 mensais), um seguro de carro (R$ 1.500 à vista), um seguro hospitalar (R$ 24,69), investimentos automáticos (R$ 6.300) e caderneta de poupança (R$ 23,9 mil). Serviços que, no fim, acabam sendo necessários, qualquer que seja a instituição escolhida.
"Não pago nada de tarifas o ano inteiro, pois concentro minhas contas e investimentos no Citibank", diz Antônio Eduardo de Carvalho Brigagão, ex-presidente da Credicard.
Cartões
Na linha dos incentivos à fidelidade, os cartões de crédito do tipo "co-brands" (ligados a empresas, como companhias aéreas e montadoras de veículos) são ótimos para se obter descontos substanciais em algumas situações.
Cartões das marcas General Motors, Fiat, Ford e Volkswagen dão bônus de 5% para a compra de carros zero quilômetro. Cada R$ 100 em pagamentos com os cartões geram R$ 5 de bônus. Os descontos na aquisição dos carros vão de R$ 200 até R$ 2.500 nas versões simples ou até R$ 5.000 nos cartões tipo "gold".
"Ter R$ 5.000 de bônus significa ganhar quase a metade de um Corsa Wind", exemplifica Antônio Carlos Maia, diretor do Banco de Boston. "Esse é um caso extremo, mas não é impossível."
No exemplo, a pessoa teria que fazer pagamentos anuais de R$ 20 mil com o cartão GM Card Gold durante cinco anos, prazo máximo de acumulação de pontos.
Outros cartões dão pontos (US$ 1 vale uma milha) em programas de milhagens de companhias aéreas. Conforme o uso, volta e meia elas dão uma passagem grátis para o portador.
"A estabilidade aumentou muito a aceitação dos cartões de crédito. É só escolher um e passar a usá-lo com frequência", diz Maia, lembrando que em alguns cartões a primeira anuidade é gratuita.

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