São Paulo, terça-feira, 4 de junho de 1996
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Mostra burocratiza processo de criação

DA REDAÇÃO

A Escola Panamericana de Arte abre hoje, às 20h, a mostra "Rabisco - Assim Começam as Grandes Obras Arquitetônicas", que, como o próprio nome já diz, pretende mostrar o início do processo criativo dos grandes arquitetos brasileiros.
Um objetivo simples como este -apesar de "déjà vu"- sempre pode ser trabalhado de maneira mais criativa ou mesmo inovadora. Mas não é o caso dessa mostra.
A começar pela burocrática montagem. Dispostos nos três andares da EPA, arquitetos e desenhos são colocados um ao lado do outro, idênticos, homogeneizados, como se não apresentassem diferenças em seus processos de criação.
Que o espectador também não espere encontrar os desenhos originais dos artistas, já que a mostra está toda montada com xerox colorido (o que mais uma vez homogeneiza o trabalho dos arquitetos).
O poeta-arquiteto carioca não se contenta apenas em criar novas formas utilitárias. Só Niemeyer é capaz de resumir o plano piloto de Brasília ao cruzamento de duas linhas. Só ele pode reivindicar em linhas escritas o papel de advogado do concreto.
"Senti que o concreto armado reclamava coisa diferente. Uma arquitetura toda feita de sonho e fantasia de auras e grandes espaços livres, de balanços extraordinários", escreve em um desenho. A mostra traz ainda desenhos de Paulo Mendes da Rocha, Edison Musa, Aflalo e Gasperini, Celso Stifelmann, Botti Rubin, Siegbert Zanettini e outros.

Mostra: Rabisco - Assim Começam as Grandes Obras Arquitetônicas
Onde: Escola Panamericana de Arte (r. Groenlândia, 77, tel. 011/885-7890) Vernissage: hoje, às 20h
Quando: Até 30 de junho

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