São Paulo, sexta-feira, 14 de junho de 1996
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Promotores vêem plano em chacina

Desobstrução teria sido usada como álibi

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS

Os policiais militares que participaram do conflito que matou 19 sem-terra em Eldorado do Carajás (PA), em 17 de abril, são acusados pelo Ministério Público do Pará de terem planejado o massacre e utilizado a ordem de desobstrução da rodovia PA-150, dada pelo governador Almir Gabriel (PSDB), como "álibi" para a matança.
A denúncia contra os 155 PMs de Marabá e de Parauapebas, entregue anteontem à Auditoria Militar do Estado, afirma que "a falta de um planejamento tático e a conduta do coronel Pantoja (Mário Pantoja, então no comando do Batalhão de Marabá) revelam-nos a existência de indícios para a confirmação de uma ação criminosa pelos denunciados".
Depoimento
A denúncia diz ainda que o depoimento do major José Maria de Oliveira (responsável pela tropa de Parauapebas) no inquérito policial militar compromete a conduta do coronel Pantoja.
O coronel teria dito a Oliveira que a tropa de Parauapebas deveria progredir ou avançar contra os sem-terra quando ouvisse os tiros disparados pela tropa de Marabá.
Defesa
Pantoja e Oliveira não foram localizados pela Agência Folha. O advogado de defesa da PM, Abdoral Lopes, 52, disse que tentaria obter cópia da denúncia na Auditoria Militar para responder às acusações.
O juiz-auditor Flávio Roberto Soares de Oliveira tem até o dia 27 para decidir se abre processo contra os PMs.
O gerente de fazenda Ricardo Marcondes de Oliveira, 30, depôs ontem no Tribunal de Justiça do DF a pedido da defesa.

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