São Paulo, sexta-feira, 14 de junho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Delegado duvida de confronto no MT

MYRIAN VIOLETA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O delegado de Rosário do Oeste (124 km de Cuiabá), Roberto Almeida Gil, 36, disse ontem que a polícia procura Cícero Nunes, suspeito de ter matado uma família de sem-terra no último dia 11, na gleba Forquilha do Rio Manso (MT).
Cícero é marido de Maria Nunes, líder do grupo ao qual pertencia a família morta.
Lourival dos Santos Fernandes, 41, morreu com dois tiros; sua mulher, Jane Fernandes, 24, com um tiro na cabeça e seu filho Tiago, 6, com três (no peito, cabeça e mão).
A Agência Folha tentou localizar ontem, por telefone, Maria Nunes em Rosário do Oeste. A informação da polícia foi de que ela já tinha voltado para a gleba, onde não há telefone.
Sobrevivente
Uma criança de dois anos, identificada pela polícia como filha do casal, foi deixada viva em frente a uma repartição pública de Nobres, cidade vizinha a Rosário do Oeste.
Gil descarta a possibilidade de que um outro grupo de 160 famílias tenha sido o responsável pelas mortes.
Esse grupo disputa a área com as 180 famílias lideradas por Maria Nunes. "Não sabemos ainda em que circunstâncias aconteceram as mortes, mas sabemos que não é briga entre os grupos que disputam a área", afirmou Gil.
Os dois grupos não são ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
A gleba tem 18 mil hectares, suficientes para assentar 340 famílias. O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) está demarcando os lotes para assentar os sem-terra.

Texto Anterior: Promotores vêem plano em chacina
Próximo Texto: Tribunal suspende desapropriação em MG
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.