São Paulo, sexta-feira, 14 de junho de 1996
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'Aleluia' revê a história

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Grande sexta-feira, esta: tem DePalma ("Fúria", TNT, 11h), Don Siegel ("Perseguidor Implacável", HBO, 1h45), Woody Allen ("Bananas", TNT, 1h).
Há, no mais, a estréia da série "100 Anos de Terror" (GNT, 22h30), com episódio dedicado ao conde Drácula, e o segundo capítulo do seriado "Flash Gordon" (Multishow, 1h).
Mais uma vez, convém dar atenção a um filme brasileiro, "Aleluia Gretchen", de Sylvio Back (Multishow, 1h30). É o ponto alto da produção ficcional do cineasta, dedicado a contar aqui a história de uma família alemã que vem para o Brasil pouco antes da Segunda Guerra Mundial.
Pretexto para mostrar um fenômeno pouco conhecido, mas significativo: a imigração germânica no Brasil e suas duas vertentes, a democrática e a de orientação nazista (no filme, pelo menos, a primeira é esmagada pela segunda).
Se finca pé em aspectos que vão das milícias de jovens nazistas à atividade dos integralistas naquele período, Back traça uma evolução até 1976 (data do filme).
Está aí seu segundo objetivo: demonstrar a continuidade das tendências autoritárias no Brasil e postular, de certo modo, seu triunfo. Aí, trata-se de fazer uma analogia com o governo militar brasileiro da época.
Como de hábito em Back, pode-se discordar da tese, mas nunca reprovar-lhe a falta de audácia. Essa audácia o levou, recentemente, a dois documentários menos felizes (sobre a FEB e sobre índios): pouco para invalidar uma obra muito significativa dedicada à história do Brasil no cinema.
(IA)

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