São Paulo, domingo, 16 de junho de 1996
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2.000 sanduíches abasteceram buscas

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

A distribuição diária de alimentos para policiais, bombeiros e técnicos que trabalharam na busca de vítimas e na remoção dos destroços do Osasco Plaza Shopping foi quase sete vezes maior do que a média diária de sanduíches vendidos por uma lanchonete de grande movimento em São Paulo.
A LBV (Legião da Boa Vontade), a ABC (Associação Beneficente Cristã), entre outras associações assistencialistas, distribuíram, em média, 2.000 sanduíches de presunto e queijo por dia. A lanchonete Jotas, por exemplo, localizada em uma região movimentada do centro de São Paulo vende, segundo o gerente Liomar Ferreira, cerca de 300 hambúrgueres por dia: 6,6 vezes menos do que o doado no shopping.
Os voluntários distribuíram, nos três primeiros dias que sucederam a tragédia, cerca de 9.000 litros de água (900 litros a mais do que é vendido diariamente no Jotas), 1.040 litros de leite, 240 litros de refrigerantes, 500 litros de café, 80 litros de chá, 12 caixas de frutas e 600 pratos de arroz, macarrão e carne. Os voluntários trabalharam 24 horas.
Doações
Segundo o voluntário da LBV João Miguel Neto, grande parte dos alimentos distribuídos foram doados por moradores de Osasco. "A outra parte foi retirada dos estoques da entidade", disse o voluntário Carlos Rodrigues.
Os voluntários afirmaram que a LBV de Osasco recebeu nos três primeiros dias cerca de 50 ligações por dia de pessoas se oferecendo para trabalhar como voluntários ou para doar sangue às vítimas.
Voluntários
Cerca de 30 voluntários se revezaram diariamente em períodos de oito horas. "Foi a maior mobilização solidária de Osasco", afirmou Rodrigues.
"Eu cheguei a Osasco para visitar a minha filha no dia da explosão. Desde esse dia, estou na rua como voluntária", afirmou Adoração Errerios, 54, que mora em Tupã (527 km a noroeste de SP).
O coordenador da ABC, Milton Vieira Pinto, disse que a explosão do shopping de Osasco foi a "primeira grande tragédia" assistida pela entidade.
"Nunca havíamos participado da assistência a uma tragédia com tantas vítimas", afirmou.
(AL)

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