São Paulo, domingo, 16 de junho de 1996
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Ex-vigia prefere "casa de família"

Diferença de salário motivou a troca

DA REDAÇÃO

"Não troco meu empregado por dez mulheres." A afirmação é do maestro Julio Medaglia, que há cinco anos contratou um homem para fazer serviços internos e externos em sua casa e hoje se diz totalmente satisfeito.
Além de limpar a piscina, lavar carros e cuidar do jardim -serviços que um homem está acostumado a fazer-, José Milton Ferreira, 33, arruma os quartos e as salas, lava louça, passa aspirador, encera o piso e faz todos os serviços que faria uma empregada.
Casado, Ferreira tem dois filhos e diz não ter nenhum constrangimento em desempenhar funções mais comumente atribuídas a mulheres. "Meus amigos também acham normal", diz ele.
Ex-vigia de rua, Ferreira conta que ganha mais como doméstico e prefere "trabalhar numa casa de família a ficar sentado na rua sem fazer nada". Ferreira ganha R$ 500 por mês. Como vigia, estaria ganhando cerca de R$ 350.
Seus patrões também estão satisfeitos.
"As mulheres ficam falando o dia todo e geralmente têm mais problemas de saúde e com relação aos filhos. Faltam muito", diz Medaglia. Sua mulher, Sabine, concorda.
O casal conta que ter um homem como doméstico é mais vantajoso, pois quando aparece algum serviço fácil de eletricista ou encanador, ele pode "quebrar o galho".

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