São Paulo, domingo, 16 de junho de 1996
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Evite comprar a prazo, dizem especialistas

DA REDAÇÃO

e uma compra financiada só porque o valor das prestações é fixo. Vá poupando e deixe para comprar o produto mais tarde, à vista. Os preços dos bens duráveis estão relativamente estáveis e chegam a cair.
O conselho é do consultor Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos em Finanças, Administração e Contabilidade), e do matemático financeiro José Dutra Vieira Sobrinho.
Na média do comércio, os juros cobrados de pessoas físicas estão ainda na faixa de 10% ao mês, ou 213,84% ao ano, "o que é um abuso", afirma Oliveira.
Quase sempre, segundo o vice-presidente da Anefac, o consumidor é desavisado e não se dá conta de quanto paga de juros.
Oliveira atribui parte da recente onda de inadimplência (falta de pagamento de dívidas) ao fato de muitas pessoas terem sido convencidas, pelo próprio vendedor de loja, da "vantagem" do financiamento porque as prestações eram fixas e o salário voltaria a subir.
Dívidas e desemprego
Outros consumidores, avalia Oliveira, entraram em dois ou três financiamentos ao mesmo tempo. Com o passar do tempo, outras despesas cresceram, o salário não mudou e o orçamento estourou.
"E veio o problema do desemprego", acrescenta o consultor.
O comércio vem ganhando muito mais na parte financeira do que nas vendas em si, diz Oliveira. É por isso que as lojas insistem para que o consumidor compre financiado. Se o comerciante recebe à vista, vai ganhar muito menos aplicando do que cobrando juros.
No mercado financeiro o investidor recebe menos de 2% ao mês. No crédito, as taxas são de 7%, 8%, 10% ao mês.
Para não cair nas armadilhas das dívidas, o consumidor deve adiar a compra, poupar todo mês uma quantia e comprar depois à vista, talvez até com desconto, recomenda Dutra Sobrinho.
Numa oferta de três vezes "sem juros", um simples desconto de 5% já traz boa vantagem.
Com a concorrência dos importados, um videocassete que custa hoje R$ 600 vai custar isso ou menos daqui a seis meses, exemplifica o vice-presidente da Anefac.

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