São Paulo, domingo, 16 de junho de 1996
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Dicas simples controlam seu orçamento doméstico

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

Controlar o orçamento doméstico como se fosse uma pequena empresa é a saída para a classe média se adaptar à nova fase da economia brasileira.
Como as empresas, as famílias devem localizar seu "break-even point", ou ponto de equilíbrio de receitas e despesas, aconselha o consultor Miguel José Ribeiro de Oliveira.
Com o real isso ficou mais fácil, diz ele, porque os gastos são mais previsíveis e sabe-se de antemão que o salário só tem chances de subir uma vez por ano.
O ideal é, numa planilha, dividir as despesas em fixas (saúde, aluguel ou SFH, empregada doméstica, escola etc.) e variáveis (lazer, alimentação, transporte).
Basta um mês de controle mais rígido para que um casal saiba os itens que mais pesam e o que pode ser eventualmente cortado.
Se o orçamento estoura sempre, algumas dicas podem facilitar o encontro do equilíbrio.
Cartão de crédito - Use, mas pague toda a fatura no vencimento.
Cheques - Nunca utilize o especial se tiver dinheiro aplicado, cubra a conta o mais rápido possível se entrar no "negativo" e controle o vencimento dos pré-datados que andou soltando no comércio.
Supermercado - Faça uma lista antes de sair de casa e evite levar os filhos. Em geral eles aumentam a lista. Há outras recomendações: evite ir aos sábados (quando as pessoas tenderiam a fazer extravagâncias), perto do dia do pagamento (a sensação é de ter mais dinheiro) ou com fome (dá vontade de comprar mais alimentos). Não vale mais a pena estocar.
Compras - Adquira produto de marca mais barata, pelo menos como teste. Guarde a nota para eventual troca ou reclamação. Há a opção das lojas de fábrica.
Preços - Continue pesquisando. Com o real, as diferenças para um mesmo produto se estreitaram, mas ainda existem. Em São Paulo, há regiões que concentram lojas afins. Facilita a pesquisa. A comodidade dos shoppings tem preço.
Tarifas públicas - Despesas com água, energia etc., que vêm pesando mais no bolso, podem ser reduzidas se o consumo for melhor controlado (ver quadro).
Aluguel - Na hora do reajuste anual, o inquilino tem um argumento forte para barganhar: o valor do aluguel de imóveis em oferta vem subindo abaixo da inflação.
Hubert Gebara, da Hubert Imóveis, afirma já ter constatado casos de acordos em que não foi aplicado o reajuste.
Condomínio - Participe das assembléias e exija economia. A lei 9.267, de março passado, permite que inquilinos participem e votem em qualquer assembléia que não envolva despesas extraordinárias.
SFH - Se a prestação subiu mais do que o salário, insista junto ao banco para rever o valor. Entidades como a Cammesp (011-419.2233) podem orientar.
Aplicações - Se sobrar receita, faça um fluxo de caixa e ponha num fundo de 60 dias o dinheiro que pode ser guardado.

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