São Paulo, domingo, 16 de junho de 1996 |
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Brasileiro comanda novo lance da Nivea
CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
Muita gente usa o Nivea. Mesmo sem grandes investimentos em publicidade nos últimos anos, o Nivea detém 25% do mercado brasileiro de cremes hidratantes, segundo o Instituto Nielsen. O fabricante do Nivea também vai bem. No país, seu faturamento cresceu 35% no ano passado. À primeira vista, parece que não existem grandes desafios para Paulo Zottolo, 42, que assumiu a presidência da BDF Nivea Ltda. em setembro de 1995, após nove meses de preparação na Alemanha. Mas não é bem isso. Zottolo foi contratado para relançar e rejuvenescer a imagem da empresa no Brasil, que volta a receber investimentos do grupo alemão. E foram definidas metas bem precisas -e audaciosas, como a de ser a empresa número um no segmento de produtos para pele. A aposta é de tal ordem que o grupo sabe que não vai ganhar dinheiro neste e nos próximos quatro anos, mas acha que vale a pena tocar os planos, assim mesmo. "A América Latina nunca foi vista como prioridade pelo grupo Beiersdorf (o controlador da BDF Nivea) até agora. A escolha de um brasileiro para presidente mostra a disposição de relançar a empresa no Brasil", explica Zottolo. Marketing agressivo A Nivea está adotando no país uma política de marketing mais agressiva. Tanto que vai investir US$ 80 milhões em cinco anos, sendo US$ 3,5 milhões apenas na campanha de divulgação do creme Nivea fabricado com matéria-prima importada da Alemanha. Os consumidores brasileiros terão um creme Nivea mais suave, de mais fácil absorção, diz Zotollo. A decisão foi tomada a partir de uma pesquisa, feita em 95, em que os consumidores disseram que queriam um creme exatamente igual ao alemão. A empresa quer reafirmar sua posição de liderança no mercado e, simultaneamente, preparar o caminho para o início das vendas de produtos mais sofisticados. Nos planos está o lançamento da linha de cosméticos Nivea Visage, campeã de vendas na Europa, mais cara do que o tradicional creme Nivea. A empresa não divulga detalhes sobre o lançamento. Experiência Para enfrentar esses desafios, Zottolo vai usar a experiência adquirida em dez anos de Marinha, da qual saiu com a patente de segundo-tenente para começar sua carreira em grandes grupos. Como a K-Mart, onde trabalhou por quatro anos na área de compras de produtos na América Latina e Leste Europeu. Ele também já passou por outros fabricantes de cosméticos, como a Natura. Texto Anterior: Usuário recorre ao BC e fica decepcionado com a resposta Próximo Texto: Consumo subiu 35% em 1995 Índice |
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