São Paulo, domingo, 16 de junho de 1996
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Coluna Joyce Pascowitch

JOYCE PASCOWITCH

PRONTA ENTREGA
Bicho carpinteiro
Quando combina estruturas de madeira com um ou outro metal, o designer Claudio Mattos Fonseca (foto) garante visão panorâmica para móveis que vão depois estacionar em ambientes de fino trato. Um curso de arquitetura em Porto Alegre trocado por um de desenho industrial em São Paulo foi o start, nos anos 80, para a criação de suas "tranqueirinhas" -luminárias, cinzeiros e pequenos objetos. Mero aquecimento para o que viria depois: da poltrona de balanço ao carrinho de chá, o moço já ganhou menção honrosa do Museu da Casa Brasileira, viu suas obras expostas em Milão e acaba de fechar com lojas do circuito cinco estrelas para estrelar suas vitrines. Garoto da estação, ele frequenta -ou melhor, suas obras frequentam- as casas de Pedro Moreira Salles, Esther Giobbi, Mariangela Bordon e outros tão assim quanto. Nada mal para 33 anos vividos.
*
O que faz você quebrar a prancheta?
Muita força.
Quem vê forma não vê conteúdo?
Eu vejo.
O que faz você bater três vezes na madeira?
O prego.
Por quem você estofaria uma caverna?
Pelo Fred Flinstones.
Luminária acende vaidade?
E como!
Phillip Starck ou Andrée Putman?
Depende do programa.
Um cinzeiro ou um castiçal?
Uma lareira.
Quem não senta na sua poltrona?
Só quem não quiser.
Por quem empurraria um carro de chá?
Por quem me pedisse com jeitinho.
Qual o segredo do metal?
Dureza.
Em quem você daria uma surra de zinco?
Em quem quisesse roubar as telhas do meu barracão.
Qual o mobiliário dos seus sonhos?
Cadeiras voadoras.

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