São Paulo, domingo, 16 de junho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ella Fitzgerald morre aos 78 nos EUA

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A "primeira-dama da canção", Ella Fitzgerald, morreu ontem aos 78 anos, em sua casa, em Beverly Hills, Califórnia (Costa Oeste dos EUA), de complicações de diabete.
O historiador Eric Hobsbawm, em seu livro "História Social do Jazz", a classificou como "talvez a cantora de jazz mais talentosa da qual se têm gravações".
Nas últimas seis décadas, foi considerada consensualmente por críticos e apreciadores a cantora com técnica mais apurada da história da música popular dos EUA.
Desde 1986, quando sofreu ataque cardíaco e teve implantado um marcapasso, suas apresentações ao público foram escassas. Em 1993, teve as duas pernas amputadas por causa da diabete.
Ella, como era conhecida, nasceu em 25 de abril de 1918, em Newport News, Virgínia (Costa Leste), e cresceu em extrema pobreza em Nova York.
Aos 17 anos, participou do célebre programa de calouros "Harlem Amateur Hour", no Teatro Apollo, ficou em primeiro lugar e, mais importante, foi ouvida por músicos que a encaminharam para Chick Webb, que a contratou para cantar com sua orquestra.
Sua carreira decolou depois de ter conhecido o produtor Norman Granz, que se tornou seu empresário e a colocou em contato com os principais músicos de sua época, como Dizzy Gillespie, Count Basie, Oscar Peterson, Joe Pass, Louis Armstrong e outros.
Granz produziu os melhores de seus 250 discos, entre eles 20 "song books", um dos quais o de Tom Jobim.
Ella foi casada duas vezes, a segunda de 1948 a 1952, com o baixista Ray Brown, com quem teve seu único filho, Ray Jr., em 1950.
Segundo um porta-voz, Ella morreu dormindo, de madrugada, ao lado de familiares e amigos.

Texto Anterior: MULTIMÍDIA
Próximo Texto: Cantora tinha voz insuperável
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.