São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 1996
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Alterar Regimento é prioridade de FHC

Situação é 'absurda', diz ministro

FERNANDO GODINHO; DANIELA PINHEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A alteração do Regimento Interno da Câmara para restringir o uso do DVS (Destaque para Votação em Separado) será priorizada pelo governo federal como forma de dar prosseguimento à reforma constitucional.
O Palácio do Planalto quer que os destaques -utilizados pela oposição para reverter o resultado de votações favoráveis ao governo- tenham o mesmo tratamento dado a eles pelo Senado.
Ou seja: para serem apreciados pelo plenário, é necessário que seja aprovado um requerimento de admissibilidade pela maioria simples (metade mais um) dos parlamentares presentes à sessão.
Hoje, para derrubar um DVS da oposição, o governo necessita de pelo menos três quintos dos votos dos parlamentares, em dois turnos de votação. Na Câmara, isso representa 308 votos.
O Planalto entende que é mais fácil controlar a votação de um requerimento de admissibilidade.
"Do jeito que está, não há democracia que funcione. A situação é absurda e precisa ser mudada para que as reformas prossigam", disse à Folha o ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos).
Ele informou que a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara está analisando um projeto de resolução que altera o regimento da Casa. Segundo Santos, o governo concentrará forças nessa votação.
Ele disse que o governo só vai esperar o fim do primeiro turno de votação da reforma previdenciária para alterar o regimento.
"Esse projeto de resolução é o indicativo da atitude autoritária que o governo pretende adotar daqui para a frente", disse o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ).
(FERNANDO GODINHO e DANIELA PINHEIRO)

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