São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 1996
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Prefeito de Osasco vetou projeto de controle de gás

XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de Osasco (Grande São Paulo), Celso Giglio (PTB), vetou há dois meses um projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal dando maior rigor ao controle de instalações de gás de cozinha (gás liquefeito de petróleo, GLP).
O projeto, que dependia apenas do prefeito para virar lei, proibia inclusive a existência de porão, como o existente no shopping que explodiu, nos locais de armazenamento do gás de cozinha.
No Osasco Plaza Shopping, existia um vão subterrâneo -aparentemente sem ventilação- por onde passavam tubos com gás que, ao que tudo indica, provocaram o vazamento que gerou a explosão.
Para vetar o texto aprovado pelos vereadores, o prefeito alegou que já existia legislação federal sobre o assunto, como a Portaria Ministerial nº 843 (31 de outubro de 1990).
"Muito embora o autógrafo que me foi enviado para sanção tenha em seu bojo relevante interesse ligado à segurança da população, não me é dado acolhê-lo", disse Giglio, na sua justificativa.
No mesmo texto, o prefeito alega que o assunto está vinculado ao Código de Obras do município.
Argumenta ainda que, do ponto de vista jurídico, o projeto não define o "procedimento fiscal" nem penalidades.
Instalações
O projeto aprovado na Câmara e vetado por Giglio é de autoria do vereador Emídio Pereira (PT).
O texto é semelhante ao da lei aprovada em São Paulo para disciplinar uso e instalações de GLP.
O artigo terceiro do projeto de lei nº 14, aprovado pelos vereadores de Osasco em março deste ano, parece ter sido feito especificamente para as instalações do Osasco Plaza Shopping Center:
"O piso das áreas de armazenamento deve ser plano e não ter qualquer espaço vazio como canaletas, raios ou rebaixos que possibilitem o acúmulo de GLP, em caso de eventual vazamento".
Proibido fumar
O texto do projeto abarcava desde questões mais complicadas, como o caso do porão, até o pedido de placas com a clássica advertência "é proibido fumar" nas áreas de armazenamento de gás.
O prefeito de Osasco diz que o seu veto foi correto do ponto de vista técnico e jurídico, repetindo o argumento de que legislação federal já cobre esse assunto.
O projeto da Câmara Municipal pedia, em sua justificativa, que fossem feitas ações integradas entre a prefeitura e governos federal e estadual para fiscalizar e combater irregularidades em prédios da cidade.

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