São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 1996
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Saúde lança ofensiva para erradicar a dengue até 98

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O Ministério da Saúde prepara uma estratégia para tentar eliminar totalmente a dengue do país até março de 1998.
A proposta prevê o fim da doença um ano após o início da execução do Plano Diretor de Erradicação do Aedes aegypti (o mosquito transmissor da dengue), previsto para março do ano que vem.
Segundo o coordenador nacional do Programa de Combate à Dengue, Jaime Calado, serão investidos R$ 4,5 bilhões durante os três anos de execução do plano.
O programa está em fase de preparação, que inclui o treinamento de cerca de 60 mil pessoas que participarão da campanha.
São técnicos das vigilâncias epidemiológicas estaduais e municipais, da FNS (Fundação Nacional da Saúde) e soldados do Exército.
O Ministério do Planejamento já recebeu o plano do Ministério da Saúde e deverá prever recursos (R$ 1,5 bilhão) para o programa no orçamento da União do ano que vem.
"Queremos eliminar o mosquito e partir para a vigilância para que ele não volte mais", afirmou Calado.
A engenheira sanitarista da FNS Mara Lúcia Oliveira, disse que, inicialmente, a prioridade será para os 662 municípios brasileiros com notificação da doença em 95.
Segundo ela, além dos programas educacionais e de aplicação de inseticidas, o plano vai se dedicar à questão do saneamento básico, melhorando a coleta de lixo e a distribuição de água.
"O que acontece é que, em várias cidades, a distribuição de água é irregular. Com isso, as pessoas fazem estoques, o que facilita a proliferação do mosquito", disse Oliveira.
A previsão da FNS para este ano é que a quantidade de casos de dengue seja, no mínimo, igual à verificada no ano passado, quando foram notificados cerca de 120 mil casos.
Entretanto, segundo Oliveira, esse número pode ser ainda maior, já que muitos casos não são registrados.
Nordeste
Segundo Oliveira, além da Bahia, os Estados que merecerão atenção especial serão Maranhão, Mato Grosso, Pernambuco, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Com a campanha, o governo quer ainda combater a febre amarela urbana, que também é transmitida pelo Aedes aegypti. Segundo técnicos da FNS, o mosquito transmissor da dengue que picar uma pessoa com febre amarela passará a transmitir a doença.

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