São Paulo, terça-feira, 18 de junho de 1996
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Federação alerta bolsas sobre suposta maquiagem de balanço

Estatal teria omitido R$ 669 mi em dívidas trabalhistas

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Fittel (Federação dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações) enviou carta às bolsas de valores do Rio de Janeiro, São Paulo, Nova Iorque, Tóquio e Londres alertando sobre uma suposta maquiagem no relatório da administração de 95 da Telebrás.
Segundo a federação, a empresa teria omitido um passivo trabalhista de R$ 669 milhões, relativo a ganhos de produtividade. O lucro líquido da estatal no período foi de R$ 801 milhões, diz o documento.
A federação avalia que os dividendos da Telebrás teriam de ser calculados sobre R$ 132 milhões (que seria o lucro real), e não sobre R$ 801 milhões, segundo o coordenador da Fittel, Ricardo Queiroz.
Na carta, a Fittel pede que as bolsas analisem os fatos e apresentem sua avaliação.
A Fittel cita o item 13 do relatório da administração de Telebrás referente a 95, que diz: "Reclamações Trabalhistas: Com relação ao ganho de produtividade previsto nos acordos coletivos de 1993 e 1994, o assunto está em avaliação, não havendo, até a presente data, definição quanto ao seu mérito".
Segundo a federação, o Dieese aponta um ganho de produtividade referente a 93 e 94, agregados a 95, de R$ 7,22 mil a cada trabalhador do Sistema Telebrás. Multiplicada por 92.509 trabalhadores, a dívida ficaria em R$ 669 milhões.
A Fittel entende que o item 13 do relatório da administração de 95 configura uma "confissão de dívida por parte da Telebrás".
O assessor de imprensa da Telebrás, Augusto Silva, disse que a empresa "não entende que tenha essa dívida. Para a Telebrás, não há definição se existe a dívida".

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