São Paulo, terça-feira, 18 de junho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

USP suspende greve após duas semanas

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Professores e funcionários da USP (Universidade de São Paulo) retomam o trabalho hoje, após uma greve que durou duas semanas e teve pouca adesão.
A decisão foi tomada em assembléias separadas ontem. O Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) continua em "estado de greve" -o que quer dizer que, em assembléias próximas, pode retomar o movimento.
Mas foi o Sintusp que conseguiu o menor grau de adesão nesta greve. Não parou os dois setores considerados essenciais da universidade -a Prefeitura da Cidade Universitária, que mantém a segurança e os ônibus circulares, nem o Coseas, responsável pelos restaurantes universitários.
Esses dois setores foram os mais afetados durante a greve de 1994, após a qual todos os grevistas tiveram os dias parados descontados.
Os professores da USP seguiram o mesmo caminho dos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), na quinta-feira passada: saíram da greve apesar de não contarem com qualquer nova proposta salarial dos reitores.
Limite orçamentário
Ontem de manhã, o Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) enviou ofício ao Fórum das Seis (entidades de professores e servidores da USP, Unesp e Unicamp).
Nele, afirma que "o reajuste de 7,63% (dado em maio, após um ano sem reajuste) está no limite das possibilidades orçamentárias das universidades".
É a posição que o Cruesp vem mantendo desde que as reuniões de negociação foram suspensas, em 24 de maio passado. Os grevistas reivindicam reajuste de 56% -32% relativos à inflação do ano medida pelo Dieese e o resto de perdas acumuladas desde 1990.
A luta salarial de professores e funcionários das três universidades estaduais se desloca, agora, para a Assembléia Legislativa, onde tramita a Lei de Diretrizes Orçamentárias do Estado para 1997.
Segundo o presidente da Adusp (Associação de Docentes da USP), Marco Brinati, 52, os professores não participarão da comissão proposta pelo Cruesp para pressionar a Assembléia Legislativa a dar mais recursos para as universidades.
Lei estadual prevê que as três instituições recebam, juntas, 9,57% da arrecadação do ICMS -o imposto responsável pela maior parte das verbas do Estado.
Mas o governo Mário Covas vem reduzindo esse percentual, colocando um teto de 25% do aumento da arrecadação do ICMS.
As entidades reivindicam que o Estado destine à USP, Unesp e Unicamp 11% do ICMS em 1997. O Cruesp ainda não deixou clara a sua posição, mas vem centrando sua atuação contra o teto orçamentário estabelecido pelo governo Mário Covas, do PSDB.

Texto Anterior: Bebê salvo de escombros deixa a UTI de hospital de Osasco
Próximo Texto: Paulo Renato diz que vai divulgar lista de reprovados
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.