São Paulo, quarta-feira, 19 de junho de 1996
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Sem-terra ocupam sede do Incra no Rio

DA SUCURSAL DO RIO E DA AGÊNCIA FOLHA

Sem-terra de várias partes do Estado do Rio ocuparam ontem a sede regional do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), no largo de São Francisco, centro do Rio.
O presidente da Fetag-RJ (Federação dos Trabalhadores da Agricultura), Eraldo Lírio de Azeredo, 56, disse que eles esperavam ontem um ato de desapropriação de 26 áreas tidas como improdutivas.
O superintendente-regional-adjunto, Wilton Alvarenga, disse não considerar uma invasão. "Eu chamaria de uma visita para apresentar reivindicações."
Alvarenga afirmou ter se comprometido a começar, em 15 dias, um processo de vistorias nas 26 propriedades, em vários municípios, para checar quais são passíveis de desapropriação.
Questionado se os agricultores ficariam no prédio, o presidente da Fetag respondeu: "A gente não gostaria de ficar. A gente gostaria que a decisão chegasse".
Maranhão
Relatório da Polícia Federal no Maranhão responsabilizou ontem seis supostos líderes dos sem-terra pelas quatro mortes no conflito em Buriticupu (MA) no dia 12. Segundo a PF, os acusados são: Wesley Moreira da Silva, Rubem Cavalcanti, Gilvânia Ferreira, Raimundo Ferreira Lima, José Ribamar Sales e Rosa Lira.
O diretor estadual do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) do Maranhão Jonas Borges disse desconhecer quatro pessoas das seis listadas. "A Vaninha (Gilvânia) e o Sales são nossos companheiros", afirmou ele.
"Ainda assim é um absurdo porque a Vaninha estava em reunião na Secretaria de Agricultura em São Luís no momento do conflito", disse Borges.
Segundo ele, os outros quatro podem ser trabalhadores que se juntaram ao acampamento dos sem-terra, mas "não são líderes". Bahia e Amazonas Os 814 sem-terra que estavam acampados há duas semanas na sede do Incra em Salvador decidiram retornar às suas cidades. Pela manhã, líderes do movimento tinham expulsado 12 PMs que tentavam impedir a entrada de mais 280 sem-terra. Um dos carros da polícia foi apedrejado. Em Manaus, cerca de cem famílias invadiram a sede do Incra, sem atritos.

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