São Paulo, quarta-feira, 19 de junho de 1996 |
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Outros prédios correm risco
ROGÉRIO GENTILE
Em todas as moradias, existe fiação elétrica clandestina. A maioria está desencapada. Os prédios são maiores do que o incendiado, com cinco e seis andares. O que queimou tem quatro. A precariedade das instalações, porém, é a mesma. As moradias são quase todas feitas de madeira e papelão, o que facilita a propagação do fogo. Poucos são os cômodos de alvenaria. Em cada andar, moram cerca de 30 pessoas. "Tenho ligações 110 e 220 para instalar a TV, o vídeo e a geladeira" afirmou o servente Cícero da Silva. No teto do barraco da empregada doméstica Vera Lúcia da Silva, há um grande mancha preta, causada pelo fogo. "Houve um curto-circuito na fiação da luz faz alguns meses", afirmou. "Tive sorte, pois os vizinhos conseguiram apagar o fogo rapidamente. Poderia ter perdido as crianças." Vera mora no segundo andar de um dos prédios com os três filhos. "Morro de medo, mas não tenho para onde ir". Dois botijões de gás, colocados bem abaixo da fiação, aumentam o risco de acidente. Um andar abaixo mora Valdemir Luiz da Silva, 41, que conserta fogões, a mulher e quatro crianças. "Aqui já houve vários princípios de incêndio", afirmou. "Mas sempre conseguimos apagar a tempo." (RG) Texto Anterior: Favela teve confronto em 93 Próximo Texto: Vítimas serão enterradas hoje Índice |
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